Expulsão de milícia de parque no Oregon termina com 1 morto e 7 detidos

A ocupação durante três semanas de um parque no Oregon por militantes armados terminou na terça-feira (26) após uma operação policial, com uma troca de tiros que deixou um morto, um ferido e sete detidos.

“Na terça-feira, por volta das 16h25 (22h25 em Brasília), o FBI (a Polícia Federal americana) e a polícia do estado do Oregon lançaram uma operação para prender alguns indivíduos ligados à ocupação armada do Malheur National Wildlife Refuge”, afirma um comunicado conjunto das forças policiais.

“Alguns tiros foram trocados e uma pessoa que era alvo de uma provável detenção morreu”, completa o texto, sem revelar a identidade do falecido. Outra pessoa ficou ferida, recebeu atendimento em um hospital local e foi detida.

O líder do movimento, Ammon Bundy, de 40 anos e morador do estado vizinho de Idaho, está entre os detidos, assim como seu irmão Ryan.

Os dois são filhos de Cliven Bundy, um famoso militante antigovernamental, que em 2014 protagonizou um protesto similar contra as autoridades em Nevada.

Quase duas horas depois do incidente, Peter Santilli, que se apresentou como um jornalista independente de 50 anos, que divulgou imagens no YouTube, foi detido sem violência em Burns, a localidade mais próxima do Parque Malheur, segundo a polícia.

O canal CNN, que cita uma fonte policial anônima, informou que o incidente aconteceu quando policiais apreenderam dois veículos que transportavam manifestantes em uma blitz de rotina.

Os manifestantes aceitaram e se renderam, com exceção de duas pessoas: Ryan Bundy e LaVoy Finicum.

De acordo com a CNN não está claro quem atirou primeiro, a polícia ou os militantes. Ryan Bundy ficou ferido e LaVoy Finicum seria a vítima fatal, de acordo com a emissora.

Ocupação

O Malheur National Wildlife Refuge foi ocupado pela milícia armada em 2 de janeiro, após uma manifestação em apoio a Dwight Hammond Jr., de 73 anos, e seu filho Steven, 46, condenados a cinco anos de prisão por terem provocado vários incêndios em 2001 e 2006 em terrenos do parque que eram usados pelo gado que pertence à família.

O movimento antigovernamental liderado por Ammon Bundy, que incluiria uma dezena de pessoas entre fazendeiros e ex-militares, exige que terras federais como as do Parque Malheur sejam “entregues ao povo”.

Além disso, alega que as novas leis para proteger o ecossistema prejudicam sua profissão e defende a ideia de um direito inalienável para que seus animais pastem nos terrenos do estado.

A prolongada ocupação do parque havia provocado a frustração das autoridades do Oregon, que exigiam uma intervenção da polícia para acabar com tal situação.

A governadora do Oregon, Kate Brown, enviou na semana passada uma carta para expressar o descontentamento à secretária de Justiça, Loretta Lynch, e ao diretor do FBI, James Comey.

Na carta, ela denunciou a presença de “criminosos armados que intimidam os vizinhos do condado de Harney (...) e buscam o confronto”.

A polícia, tanto a local como a federal, apostou no esgotamento dos ocupantes, mas os Bundy e seus seguidores não deram sinais de querer abandonar pacificamente o parque.

A associação de fazendeiros do Oregon e representantes de tribos ameríndias locais criticaram os métodos radicais dos ocupantes do parque, que agora permanecerá fechado.