O ultradireitista partido alemão Pro Deutschland divulgou nesta segunda-feira (17) o vídeo que ridiculariza o profeta Maomé, apesar da intenção do governo de Angela Merkel de tentar impedir sua difusão no país por temer problemas de ordem pública. O Pro Deutschland, um grupo minoritário e islamofóbico contrário à construção de mesquitas na Alemanha, divulgou através de seu site imagens do filme. O partido anunciou seu propósito de exibir o vídeo em sua integridade em Berlim, no próximo mês de novembro, o que deixou a polícia em alarme.
O ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, afirmou que estão sendo estudadas medidas legais para que as autoridades competentes possam impedir tal exibição, depois que a própria Merkel disse temer problemas de ordem pública.Em um discurso perante meios de comunicação, Merkel se comprometeu a "avaliar" a possibilidade de impedir a exibição desse filme, e argumentou que "a liberdade de expressão também tem seus limites".
A exibição do controvertido vídeo, produzido nos Estados Unidos, foi o estopim da escalada de violência no mundo muçulmano contra embaixadas ocidentais (abaixo o trailer). A representação diplomática alemã na capital do Sudão foi parcialmente incendiada na sexta-feira passada, depois que milhares de radicais muçulmanos tentaram invadir o edifício.
A imprensa de Berlim repercutiu a informação de que há dias os imames sudaneses tinham aquecido os ânimos da população, com o argumento de que na Alemanha se exibiam impunemente caricaturas de Maomé.
As acusações dos imames remetem à provocadora campanha do Pro Deutschland, que durante semanas e em toda Alemanha exibiu os desenhos do dinamarquês Kurt Westergaard, cuja difusão em 2005 por jornais de toda Europa provocou revoltas no mundo muçulmano.
Segurança
A Comissão Europeia está "avaliando" as medidas de segurança a serem adotadas nas embaixadas dos países onde aconteceram protestos contra o vídeo.A informação foi dada pelo porta-voz da alta representante europeia para os Assuntos Externos e Política de Segurança, Catherine Ashton, segundo o qual a União Europeia (UE) está "em contato com as autoridades dos países em questão".
O porta-voz afirmou que o bloco tem "um pacote de medidas que é revisto continuamente" e que todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos diplomatas serão tomadas.
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