Um extremista islâmico estava treinando até onze crianças, em um complexo em ruínas no Novo México (Sudoeste dos EUA), para realizar tiroteios em escolas, segundo documentos judiciais apresentados por promotores públicos americano na quarta-feira.
Siraj Ibn Wahhaj, filho de um suspeito co-conspirador nos atentados a bomba do World Trade Center em 1993, treinava as crianças para usarem rifles de assalto. O complexo foi invadido por policiais na sexta-feira passada, informou a CBS News.
"Ele representa um grande perigo para as crianças encontradas na propriedade, assim como uma ameaça para a comunidade em geral, devido à presença de armas de fogo e sua intenção de usá-las de forma violenta e ilegal", afirmou o promotor Timothy Hasson, para justificar o pedido de que Wahhaj seja mantido sem fiança antes de seu julgamento.
Um juiz atendeu ao pedido, apesar de os promotores não terem mencionado, no tribunal, os planos de ataque às escolas. Essas informações foram fornecidas à Justiça por uma das mães adotivas de crianças envolvidas.
Segundo o xerife do Condado de Taos, Jerry Hogrefe, os adultos que estavam no complexo eram extremistas muçulmanos.
O defensor público de Wahhaj questionou a alegação de que seu cliente estimularia tiroteios em escolas, argumentando que ela foi baseada em poucas informações.
Sequestro de criança
Adicionalmente, Wahhaj, de 39 anos, também é acusado de sequestrar seu filho de quatro anos, que estava com a mãe na Georgia (Sudeste dos EUA). As autoridades ainda não sabem se os restos humanos não identificados encontrados na propriedade de Wahhaj podem ser do menino desaparecido. Mas, o avô da criança disse ao Albuquerque Journal, que o corpo seria da criança
No mandado de prisão, as autoridades alegam que Wahhaj disse à mãe do menino que ele pretendia realizar um exorcismo nele, que nunca mais voltou depois de Wahhaj pedir para levá-lo a um parque.
Uma busca de dois meses pelo menino desaparecido resultou na incursão ao complexo de treinamento do Wahhaj no Novo México, que foi ocupado pela primeira vez em novembro. As autoridades foram levadas para o complexo depois que uma pessoa não identificada recebeu uma mensagem que dizia: "estamos famintos e precisamos de comida e água".
Hogrefe disse que o complexo tinha "as condições de vida e pobreza mais tristes" que encontrou no decorrer de sua carreira.