Voluntários
Cinco britânicos a cada semana tentam se unir ao Estado Islâmico
Agência O Globo
Pelo menos cinco britânicos viajam a cada semana ao Iraque e à Síria para se juntar ao Estado Islâmico (EI), revelou ontem o comissário da polícia de Londres Bernard Hogan-Howe.
O oficial afirmou ainda que o terror espalhado pelo grupo extremista não está restrito aos países distantes e alertou para a ameaça representada por ocidentais que se unem ao EI e tentam voltar para casa.
"Sabemos que mais de 500 cidadãos britânicos viajaram para participar do conflito.
Muitos voltaram e muitos desejam fazê-lo nos próximos meses ou próximos anos. Mas ainda temos uma média de cinco pessoas que se juntam a eles a cada semana", disse Hogan-Howe, acrescentando que o número pode ser ainda maior.
Para o policial, o retorno de "indivíduos potencialmente militarizados" para as ruas do Reino Unido representa um risco aos britânicos.
Diante disso, ele afirmou apoiar os planos anunciados pelo governo no mês passado para dar aos guardas da fronteira a possibilidade de apreender os passaportes das pessoas suspeitas de viajar para o exterior para lutar ao lado de grupos terroristas.
Além disso, ele considera vital que as companhias aéreas forneçam informações sobre listas de passageiros. A polícia britânica intensificou nos últimos meses as ações para combater as ameaças terroristas.
Neste ano, 218 prisões relacionadas a atividades terroristas foram realizadas.
Segundo o comissário da polícia londrina, o número representa um aumento de 70% na comparação com dados de três anos atrás.
"Grande parte deste aumento se dá por causa de atividades terroristas ligadas à Síria. E a tendência, penso eu, é que deve continuar", afirmou.
Militantes do Estado Islâmico (EI) se apropriaram de ao menos um carregamento de armas lançadas em para-quedas por aviões da coalizão liderada pelos Estados Unidos, disse ontem o Observatório Sírio para Direitos Humanos, que monitora o conflito.
O carregamento de armas, que foram enviadas para combatentes curdos que combatem a facção radical, inclui granadas de mão, munição e lançadores de granadas propaladas por foguetes, de acordo com um vídeo divulgado por um grupo de mídia leal à facção.
Os armamentos foram enviados na última segunda-feira na cidade síria de Kobane, que fica perto da fronteira da Turquia. A facção militante tem tentado tomar o controle da cidade há mais de um mês, forçando um êxodo de cerca de 200 mil pessoas para a Turquia.
Enquanto os curdos combatem os militantes em terra, a coalizão norte-americana os ataca pelo ar. Nesta terça, partidários do EI postaram nas redes sociais notas sarcásticas de agradecimento para os EUA, incluindo uma imagem que dizia "Equipe EUA".
Mas as armas perdidas são mais um embaraço do que uma grande perda estratégica. Os militantes já possuem armas americanas avaliadas em milhões de dólares que foram apreendidas de soldados iraquianos em fuga quando tomaram o controle de partes do Iraque em junho.
O Comando Central dos EUA disse ontem que as forças militares americanas conduziram quatro ataques aéreos perto de Kobane, que destruíram posições de combate, um prédio e uma grande unidade do EI.
Papa viajará à Turquia, refúgio para os cristãos
Reuters
O papa Francisco vai viajar para a Turquia no mês que vem, anunciou ontem o Vaticano. Será a primeira visita do sumo pontífice ao país de maioria muçulmana que se tornou refúgio para os cristãos em fuga da perseguição de militantes do Estado Islâmico (EI) nos territórios sírio e iraquiano, países vizinhos.
Durante a visita de três dias, o papa vai se reunir com o presidente turco, Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu. Ele vai se encontrar também com o patriarca ecumênico Bartolomeu I, líder espiritual das igrejas ortodoxas, sediado em Istambul, que congrega a segunda maior família cristã depois do catolicismo romano.
"O padre sagrado vai visitar Ancara e Istambul de 28 a 30 de novembro", disse o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em comunicado. Militantes do EI declararam um "califado" nos territórios controlados por eles e mataram ou expulsaram grandes contingentes de cristãos, muçulmanos xiitas e outros que não se submetem à versão radical do Islã sunita.
Muitos fugiram para a Turquia com dezenas de milhares de curdos sírios que se retiraram quando as forças do Estado Islâmico tomaram dezenas de vilas perto da fronteira, onde o conflito continua. Na segunda-feira, Francisco disse a cardeais no Vaticano que o EI alcançou níveis de terrorismo "antes inimagináveis".
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