• Carregando...

Seguidores do líder sul-africano de extrema direita Eugene Terre'blanche disseram que seu assassinato foi uma "declaração de guerra" de negros contra brancos.

Terreblanche, que pregava a supremacia branca, foi assassinado a golpes de porrete no sábado, em sua fazenda. Vários de seus seguidores alegam que o assassinato é resultado das palavras de ódio de um membro do partido governante, o Congresso Nacional Africano (CNA). Segundo a polícia, no entanto, o crime ocorreu após uma discussão sobre salários com dois funcionários da fazenda. A polícia disse que Terreblanche foi assassinado por um homem de 28 anos e um adolescente de 15, ambos negros.

"A morte do senhor Terre'blanche é uma declaração de guerra da comunidade negra sul-africana à comunidade branca, que vem sendo morta continuamente há dez anos", disse Andre Visagie, um alto membro do Movimento de Resistência Africâner (AWB), grupo co-fundado por Terre'blanche.

Autoridades sul-africanas estão tentando evitar o agravamento das tensões raciais no país, que sediará daqui a pouco mais de dois meses a Copa do Mundo de Futebol. O presidente da áfrica do Sul, Jacob Zuma, pediu calma após "esse ato terrível" e disse que a população não deve permitir que provocadores se aproveitem da situação e alimentem o ódio racial.

Terre'blanche, de 69 anos, era o líder do AWB, grupo formando por descendentes dos colonizadores holandeses, e defendia a criação de áreas de segregação, com estados apenas para a população branca do país. Ele iniciou sua carreira política em 1973, em meio à crescente oposição ao governo sul-africano de minoria branca e suas políticas de segregação e discriminação racial (apartheid), formando o AWB. O líder de extrema direita criticava o governo por fazer concessões à população negra, que ele dizia ameaçarem a raça branca sul-africana.

Visagie disse que o rosto de Terre'blanche estava irreconhecível e que o grupo irá vingar sua morte. Disse também que o grupo irá insistir para que seleções de futebol evitem a Copa do Mundo, por questões de segurança.

Visagie, assim como outros membros do AWB, dizem que o líder da Juventude do CNA, Julius Malema, é o responsável por incitar a violência que levou à morte de Terreblanche. Malema causou polêmica no mês passado ao cantar com estudantes universitários uma canção que diz "atire no Boer". Boer significa fazendeiros brancos em africâner, a língua dos descendentes dos colonizadores holandeses, e geralmente é um termo usado pejorativamente.

O porta-voz do CNA, Jackson Mthembu, disse que a comunidade negra jamais declarou guerra contra qualquer outra nacionalidade na África do Sul.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]