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desastre ambiental

Fábrica volta a funcionar na Hungria após vazamento químico

Budapeste - A Hungria reabriu na sexta-feira a fábrica causadora de um letal vazamento químico na semana passada, e quase metade dos moradores desalojados já voltou às áreas atingidas, apesar dos alertas em contrário de ambientalistas.

Nove pessoas morreram e mais de 120 ficaram feridas pelo vazamento de uma lama tóxica vermelha numa fábrica de alumina da empresa MAL Zrt no oeste da Hungria. O acidente no reservatório de detritos também contaminou vários rios, inclusive um afluente do Danúbio.

O governo assumiu nesta semana o controle da MAL, e o comissário responsável disse em nota na sexta-feira que "levará no máximo quatro dias para que a usina volte à operação normal... na terça-feira que vem a produção terá voltado à plena capacidade", acrescentou.

Técnicos disseram que cerca de 380 dos 800 moradores retirados da localidade vizinha de Kolontar já voltaram para suas casas. Também na sexta-feira, policiais investigaram um segundo suspeito de responsabilidade pelo acidente, identificado como Jozsef D., diretor técnico da MAL, que não foi detido.

Na véspera, a Justiça ordenou a libertação de Zoltan Bakonyi, executivo da MAL. Computadores da empresa foram apreendidos depois da aprovação emergencial de uma lei que autorizou o governo a assumir o controle da companhia e do seu patrimônio.

A causa exata do pior acidente ecológico da história húngara ainda não foi descoberta, mas o primeiro-ministro Viktor Orban já apontou que houve "negligência humana."

O grupo ambientalista Greenpeace pediu ao governo que mantenha a fábrica fechada, e disse que seria "inteiramente irresponsável" permitir que os moradores voltem para suas casas, porque nenhum dado prova que a área está segura.

"O Greenpeace Hungria pede ao governo que suspenda o plano para retomar a produção na fábrica até que as causas do desastre sejam esclarecidas, e os riscos ambientais e sanitários diminuam significativamente", disse o grupo.

O porta-voz das equipes de emergência, Giorgyi Tottos, disse que a população da zona foi orientada a usar máscaras contra poeira o tempo todo.

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