Enfrentando uma crescente pressão internacional por causa de seu programa nuclear, o Irã pediu novas negociações com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (28) e condenou a produção de armas atômicas, dizendo que isso é um "grande pecado". O Irã afirma que seu programa nuclear é pacífico, mas as negociações com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão interrompidas e as potências ocidentais se preocupam cada vez mais com a possível dimensão militar da atividade atômica de Teerã. Em discurso na Conferência sobre o Desarmamento, em Genebra, patrocinada pela ONU, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, disse esperar que as conversas prossigam e que está confiante de que elas seguirão na direção correta. "Gostaria de enfatizar novamente que não vemos nenhuma glória, orgulho nem força nas armas nucleares, mas o oposto, com base no decreto religioso emitido por nosso líder supremo, de que a produção, a posse, o uso ou a ameaça de uso de armas nucleares são ilegítimos, fúteis, perigosos, prejudiciais e proibidos como um grande pecado", afirmou ele. Muitos no campo ocidental, entretanto, permanecem céticos. A AIEA afirmou que não estão planejadas novas conversações, dado que os diplomatas ocidentais relataram uma indisponibilidade do Irã para lidar com as alegações de pesquisa nuclear militar. Um relatório preparado pela AIEA na semana passada revelou que o Irã aumentou de forma significativa o enriquecimento de urânio, o que fez aumentar os preços do petróleo por causa dos temores de que as tensões entre Teerã e o Ocidente possam culminar num conflito militar. Israel ameaçou desferir ataques para evitar que o Irã obtenha a bomba, dizendo que o progresso tecnológico contínuo de Teerã indica que em breve ele pode passar a uma "zona de imunidade". Em reuniões de alto escalão entre a AIEA e o Irã, ocorridas em Teerã em janeiro e fevereiro, as autoridades iranianas se recusaram a responder a relatórios da inteligência sobre pesquisas sigilosas relevantes ao desenvolvimento de armas nucleares, disseram diplomatas ocidentais. Falando a jornalistas em Genebra, Salehi disse que o Irã espera que o "diálogo iniciado" com a AIEA continue.
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