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Ao menos 40 garotos foram sequestrados por extremistas islâmicos ligados ao Boko Haram no norte da Nigéria.

Os militantes atacaram um vilarejo chamado Malari, no Estado de Borno, na sexta (2), e ordenaram que todas os homens assistissem a um sermão religioso em frente a casa do chefe da aldeia, disse uma testemunha, o fazendeiro Bulama Malam, que fugiu do local a pé.

"Após nos dizerem que queriam rezar conosco, eles começaram a selecionar meninos entre 12 e 25 anos", disse Malam. "Eu escapei porque eles só selecionaram homens jovens".

Malari está localizado perto de Gwoza, cidade integrada desde junho de 2014 ao "califado" que o Boko Haram diz ter instaurado no nordeste da Nigéria. Borno é, junto aos Estados vizinhos de Yobe e Adamawa, o epicentro da atividade dessa facção islâmica, cujas ações terroristas mataram ao menos 13 mil pessoas nos últimos cinco anos.

"Meus dois filhos e três dos meus sobrinhos estão entre os sequestrados e acreditamos que eles serão utilizados como soldados", disse Malam.

O Exército nigeriano não quis se pronunciar sobre o ocorrido.

Neste sábado (3), centenas de insurgentes atacaram uma base militar nigeriana em Baga, perto da fronteira com o Chade, segundo a agência Associated Press, que ouviu um funcionário de inteligência nigeriano que pediu anonimato. O local abriga uma força multinacional de combate ao Boko Haram e conta com soldados dos Camarões, Chade e Niger.

O Boko Haram aumentou o número de seus ataques desde que o governo divulgou, em outubro de 2014, que o grupo terrorista havia concordado com um cessar-fogo. Mais tarde, o líder da facção, Abubakar Shekau, negou a informação em um vídeo divulgado na internet.

Segundo a Reuters, também na última quinta (1), militantes do Boko Haram mataram ao menos 15 pessoas em um ataque a ônibus no norte de Camarões. A agência ouviu um militar e um empresário que pediram anonimato. Os passageiros viajavam de Kousseri para Maroua.

Sequestros

O Boko Haram ainda tem em seu poder mais de 200 meninas que foram sequestradas em abril de 2014 na cidade de Chibok. O episódio provocou indignação no mundo todo e desencadeou uma vasta campanha internacional para exigir a libertação das garotas.

Só em 2014, o Boko Haram sequestrou 592 pessoas, a maior parte delas no Estado de Borno, segundo apuração do jornal de maior circulação da Nigéria, "The Punch".

O Boko Haram tem por objetivo fundar um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. A seita controla várias localidades do nordeste do país e tem estudantes como um de seus principais alvos.

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