Representantes de diferentes facções políticas do Egito realizaram uma rara reunião para denunciar a violência observada em uma série de protestos em todo o país ocorrida na última semana. O saldo das manifestações foi de pelo menos 60 mortos.
Foi a primeira vez que representantes da Irmandade Muçulmana, força política que elegeu o presidente Mohamed Mursi, se encontraram com a Frente de Salvação Nacional, uma coalizão de oposicionistas que foi formada em novembro passado.Os políticos concordaram em condenar a incitação da violência e em proibi-la, além de diferenciá-la de atos políticos legítimos.
Eles também concordaram em estabelecer um comitê reunindo partidos rivais para abrir caminho para um maior diálogo.
Cairo
Essa nova onda de protestos começou na sexta-feira passada, quando a oposição convocou uma manifestação para marcar o segundo aniversário do protesto de 25 de janeiro de 2011, iniciando a revolução que levou à queda do ditador Hosni Mubarak -um dos acontecimentos mais relevantes da onda de manifestações que ficou conhecida como Primavera Árabe.
A confusão se intensificou no sábado, com a condenação à pena de morte de 21 torcedores de uma equipe de futebol, pela morte de rivais.
O encontro de hoje foi organizado pelo xeque Ahmed al Tayyeb, chefe da mesquita e da universidade Al Azhar e maior autoridade do islã de linha sunita.O político liberal egípcio Mohamed ElBaradei saiu dizendo estar otimista. "Cada um de nós fará o possível, com boa vontade, para construir novamente a confiança entre as facções na nação egípcia", afirmou.
ElBaradei havia feito ontem um chamado para uma reunião de emergência com Mursi, dois dias depois de haver rejeitado um pedido similar feito pelo chefe de Estado do Egito.
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