O Facebook declarou que descobriu uma sofisticada operação coordenada de desinformação a partir de sua plataforma, envolvendo 32 páginas falsas e perfis engajados em mensagens tendenciosas, meses antes das eleições legislativas dos EUA.
A empresa disse nesta terça-feira (31) que não poderia atrelar a atividade à Rússia, que usou a rede social para interferir na eleição presidencial de 2016, mas sustentou que os perfis compartilham um padrão de comportamento semelhante ao usado na campanha de desinformação russa anterior, liderada por um grupo chamado Internet Research Agency (IRA).
O Facebook informou assessores do Congresso americano nesta semana sobre o tema. Um deles disse que não há evidências de que os candidatos tenham sido alvos do novo esforço de desinformação, mas que as páginas e as contas procuraram disseminar conteúdo politicamente tendencioso em torno de questões sociais.
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"Está claro que as pessoas que criaram essas contas se esforçaram muito para esconder suas identidades verdadeiras, mais do que a agência russa Internet Research Agency fez no passado", declarou o Facebook em uma postagem.
Acreditamos que isso pode ser em parte devido às mudanças que fizemos no ano passado para tornar esse tipo de abuso muito mais difícil. Mas a segurança é algo que nunca completa. Enfrentamos adversários determinados e bem financiados que nunca desistirão e estão constantemente mudando de tática. É uma corrida armamentista e precisamos melhorar constantemente também.
Em particular, estas páginas promoveram um evento marcado como uma contra-manifestação para uma marcha de extrema-direita que deve ocorrer no próximo fim de semana em Washington, capital americana. O Facebook disse que a urgência da próxima manifestação levou-os a divulgar a informação, mesmo que ainda estejam no estágios iniciais de uma investigação.
A empresa, que identificou e removeu as páginas há duas semanas, tinha afirmado em junho que não havia encontrado atividade semelhante.
As 32 páginas encontradas tinham até 18.000 seguidores. Não havia nenhuma evidência específica de que os candidatos políticos fossem alvo, mas uma das páginas seguiu uma conta associada à IRA por um breve período de tempo.
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Repercussão
"A revelação de hoje é mais uma prova de que o Kremlin continua a explorar plataformas como o Facebook para semear a divisão e disseminar desinformação, e estou feliz que o Facebook esteja tomando algumas medidas para identificar e abordar essa atividade", disse o senador Mark Warner, democrata do estado de Virgínia. "Também espero que o Facebook, juntamente com outras empresas de plataforma, continue a identificar a atividade de trolls russos e trabalhe com o Congresso na atualização de nossas leis para melhor proteger nossa democracia no futuro".
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No período que antecedeu a eleição de 2016, os agentes russos espalharam mensagens falsas usando centenas de contas. Essas mensagens se tornaram virais, atingindo mais de 100 milhões de americanos.
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