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Família da Somália comemora a entrada nos Estados Unidos após  juiz suspender o decreto de Trump. | WIN MCNAMEE/AFP
Família da Somália comemora a entrada nos Estados Unidos após juiz suspender o decreto de Trump.| Foto: WIN MCNAMEE/AFP

Dezenas de empresas tecnológicas e um grupo de personalidades do Partido Democrata, incluindo os ex-secretários de Estado Madeleine Albright e John Kerry, apresentaram ações na Justiça dos Estados Unidos contra o decreto anti-imigração do presidente republicano Donald Trump que barrava a entrada de cidadãos de países de maioria muçulmana. Trata-se do mais recente capítulo de um conflito iniciado em 27 de janeiro, quando Trump proibiu a entrada em território americano de cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, e suspendeu a chegada de refugiados.

Gigantes do Vale do Silício, incluindo a Apple, Facebook, Google, Microsoft e Twitter, apresentaram um documento legal na noite de domingo ante uma Corte de Apelações, denunciando que o decreto “inflige um dano significativo aos negócios americanos, à inovação e ao crescimento”l.

O documento apoia um processo em curso contra o decreto, cuja aplicação foi suspensa no sábado (4). A lei impedia o ingresso nos Estados Unidos de imigrantes procedentes de sete países de maioria muçulmana.

Os diretores das gigantes da tecnologia já haviam se manifestado contra o decreto de Trump, que proibia durante 120 dias a entrada nos Estados Unidos de cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

O texto foi assinado por 97 representantes da indústria tecnológica, que contrata milhares de imigrantes, argumenta que o decreto prejudica o recrutamento e a manutenção de pessoal talentoso, ameaça as operações de seus negócios e dificulta a capacidade das empresas de atrair investimentos para os Estados Unidos.

Na noite de sexta-feira (3), o juiz federal James Robart ordenou a suspensão da ordem executiva emitida pelo presidente Trump de proibir a entrada de refugiados e cidadãos dos sete países citados. Robart bloqueou o decreto momentaneamente, enquanto estuda em sua totalidade o recurso de amparo apresentado pelo procurador-geral do estado de Washington, Bob Ferguson.

A Casa Branca considerou a sentença “escandalosa”. Trump classificou de “ridícula” a decisão do juiz .

“A opinião desse suposto juiz, que, basicamente, priva o nosso país de sua polícia, é ridícula e será revertida!”, afirmou o presidente americano em uma série de tuítes.

“Quando um país não pode dizer quem pode e quem não pode entrar e sair, principalmente por motivo de segurança, é um grande problema!”, publicou o presidente americano no Twitter, menos de 12 horas depois do anúncio da decisão judicial.

“É interessante que alguns países do Oriente Médio concordam com a proibição. Sabem que, se for autorizada a entrada de certas pessoas, será morte e destruição!”, escreveu ainda.

Já no sábado, o departamento de Estado interpôs uma demanda ante a Corte de Apelações para restabelecer imediatamente as medidas, no entanto o tribunal rejeitou no domingo a retomada do decreto.

Democratas se manifestam

Paralelamente, um grupo de personalidades do Partido Democrata pediu nesta segunda-feira a um tribunal de apelações que mantenha a suspensão do decreto migratório do presidente Donald Trump.

Em um texto submetido à Corte de Apelações do Nono Circuito, os democratas argumentam que o decreto presidencial assinado em 27 de janeiro “foi mal concebido, mal aplicado e mal explicado”.

Entre as personalidades democratas que assinaram o texto, vários funcionários do governo do ex-presidente Barack Obama, a ex-secretária de Segurança Interna Susan Rice, o ex-secretário de Segurança Interna, Janet Napolitano, e o ex-chefe da CIA Leon Panetta. “Restabelecer a ordem executiva causaria estragos na vida de inocentes e nos valores americanos”, acrescenta o texto.

Os democratas avisaram que a ordem presidencial poderia pôr em perigo as tropas americanas no exterior e interromper a cooperação de contraterrorismo, promovendo a propaganda do grupo jihadista Estado Islâmico.

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