Mercado questiona se empresa vale US$ 100 bilhões

Afinal, o Facebook vale US$ 100 bilhões?

Essa é uma pergunta que tem sido constante no mercado após a empresa anunciar que pretende levantar US$ 5 bilhões em sua oferta pública inicial de ação (IPO, na sigla em inglês) em maio deste ano.

Se as estimativas se confirmarem, o valor inicial de mercado da empresa pode chegar a US$ 100 bilhões, superando os US$ 23 bilhões do Google em sua oferta em 2004. Enquete feita pela revista The Economist aponta que 82% acreditam que o Facebook não vale tanto.

No entanto, só depois que as ações começarem a ser negociadas efetivamente é que se poderá ter uma ideia do real valor de mercado da companhia.

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O número de desafetos, inimigos e críticos do Facebook é um grão de areia perto dos quase 1 bilhão de usuários ativos e fiéis que a rede social conquistou nos últimos anos, mas parece ser cres­­cente. O professor Eben Mo­­glen, que leciona na Escola de Direito da Universidade de Columbia, em Nova York, há 25 anos, está no primeiro grupo. O professor, que trabalha no desenvolvimento de um software gratuito – Fre­­edomBox – que poderá ser baixado pela internet, sem licença de uso, de modo a permitir a na­­vegação na internet com mais privacidade, ataca a invasão de privacidade da rede social para usar o termo mais politicamente correto. Espionagem é a palavra usada pelo professor Moglen. "O motivo pelo qual o Facebook está tão enorme está no seu valor por espionar. Não há outro lugar no mundo para espionar centenas de milhares de pessoas com tanta eficácia", disse à Agência Es­­tado.

Como empresa de capital aber­­to, o Facebook terá de se adaptar rapidamente se não quiser correr o risco de desaparecer. "A re­­lação do Facebook com o mundo secreto é crucial para eles e uma vez que eles se tornem companhia aberta eles terão de tratar isso de modo diferente. Daqui a um ano estaremos falando em como o Facebook teve de se ajustar para ser uma empresa pública", disse.

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Moglen acha que o movimento contrário ao Facebook deve ga­­nhar força e a rede social acabará perdendo espaço para a con­­corrência, especialmente se o usuário perceber que poderá ter maior controle e sigilo de suas informações. Na Europa, já existe movimento em direção a mu­­dança de regulação para garantir maior privacidade nas redes so­­ciais.

Esse movimento foi iniciado após uma campanha de três anos liderada por um estudante de di­­reito da Áustria Max Schrems, que exige que haja regulação que obrigue o Facebook a deletar todas as informações que possui de seu banco de dados caso o usuário assim o deseje. Ele próprio exigiu na Justiça que o Facebook o entregasse todos os dados que tinha sobre ele. O resultado foi um documento de 1.222 páginas, contendo inclusive dados que ele já havia apagado.

"Quando falo que em até 120 meses o Facebook não existirá mais, estou falando literalmente a verdade. Do ponto de vista tecnológico, o Facebook será substituído", garante Moglen.