Espanha e Venezuela vivem o pico de mais uma forte tensão por causa da guerra verbal entre o presidente venezuelano Nicolás Maduro e o alto escalão espanhol. Ontem, o embaixador do país sul-americano foi convocado para que o governo espanhol expressasse seu descontentamento com novas declarações de Maduro.
Na terça-feira, Maduro disse que “os abusos de Rajoy acabaram”, acusando o premier espanhol de “covardia e racismo por suas críticas à repressão e a censura locais.
“A Venezuela não se deixará agredir nem por mil cortes. Que as cortes espanholas vão opinar de suas mães, mas não da Venezuela”, disse Maduro em cadeia nacional de televisão. “Seus abusos acabaram, Rajoy. A Venezuela é para ser respeitada, que saiba a Espanha inteira. Prepararemos um conjunto de respostas ao golpismo do covarde e racista Rajoy, que desvaloriza aqueles ao sul, os asiáticos”.
As declarações foram dadas por causa de uma lei espanhola que repudia prisões de opositores venezuelanos como Leopoldo López e Antonio Ledezma, que foi aprovada com 306 votos a favor e 19 contra. “A elite corrupta europeia sempre organiza manobras, jogadas e asquerosidades contra o país”, afirmou Maduro.
O embaixador venezuelano Mario Isea foi recebido no Ministério de Relações Exteriores, em Madri, pelo diretor-geral para a América Ibérica, Pablo Gómez-Olea. Por cinco minutos, ele criticou as declarações de Maduro e as classificou como “inaceitáveis”.
“As autoridades espanholas sempre terão respeito pela dignidade das pessoas que ocupam cargos no governo na Venezuela. Foi informado ao embaixador que este tipo de declarações e insultos não contribuem a um mínimo entendimento entre dois governos que respresentam dois povos unidos historicamente pelos mesmo laços”, declarou a chancelaria espanhola.
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