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O regime da China disse nesta segunda-feira (23) que o Canal do Panamá “é uma grande criação do povo panamenho” e que “sempre respeitará” a soberania do Panamá sobre ele, em referência à ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de exigir a devolução da infraestrutura ao país.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse em uma entrevista coletiva que seu país “sempre respeitou a justa luta do povo panamenho pela soberania” sobre a rota de transporte.
Mao lembrou que “houve manifestações em grande escala na China já na década de 1960 para demonstrar forte apoio ao povo panamenho”. A China respondeu à declaração de Trump pelo fato de ser a segunda maior usuária do canal – atrás apenas dos americanos.
“Acreditamos que, sob a gestão eficiente do Panamá, o canal continuará a fazer novas contribuições para facilitar a integração e o intercâmbio entre diferentes países”, acrescentou a porta-voz, referindo-se às declarações do presidente panamenho, José Raúl Mulino, de que "cada metro quadrado do canal pertence ao Panamá".
Trump, que tomará posse como presidente dos EUA em 20 de janeiro, reclamou no final de semana sobre as "tarifas exorbitantes" e sobre a gestão do Canal do Panamá, ameaçando exigir sua “devolução” se os princípios “morais e legais” não forem respeitados.
Mulino disse neste domingo (22) que o canal interoceânico “é panamenho e continuará sendo”.
O Canal do Panamá foi construído pelos EUA, que o inauguraram em 1914 e o administraram até sua transferência para o Estado panamenho em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977 em Washington pelo então presidente panamenho, Omar Torrijos (1929-1981), e dos EUA, Jimmy Carter (1977-1981).