Refugiados que chegam do Líbano disseram nesta segunda-feira que temem por amigos e parentes deixados para trás, pois a comida está acabando. Enquanto isso, a ONU anunciou o início de uma grande operação humanitária no país.

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Menos barcos com refugiados estão previstos para chegar aos portos de Chipre e da Turquia, e as atenções se voltam para o número muito maior de pessoas que não têm como deixar o Líbano.

- Todo mundo onde eu morava está ficando sem pão, comida, água e dinheiro. É ruim demais - disse o australiano Mohammad Kaleb, 29 anos, que desembarcou em Chipre num navio com 750 refugiados.

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Marcelle Henna, 26 anos, também da Austrália, mostrava-se igualmente preocupada.

- Na minha aldeia ainda está tudo bem, mas as pessoas estão comprando as coisas em grande quantidade. Elas têm medo de ficarem sem, caso ocorra algo como uma invasão - afirmou. - As lojas estão aumentando os preços, o que piora os problemas.

O coordenador de emergências da ONU, Jan Egeland, de volta a Chipre após uma visita a Beirute, disse que a entidade enviará na quarta-feira seu primeiro grande comboio de ajuda, e que o segundo deve partir na sexta.

- A partir daí, iremos dia sim, dia não. Não há mais tempo, a ajuda já está muito atrasada - afirmou Egeland, que na terça-feira viaja a Israel para pedir segurança à passagem dos comboios. - Vou pedir aos israelenses que blindem a população. Vi crianças feridas demais, mulheres feridas demais, e centenas de milhares fugindo.

Egeland, que horas antes fez um apelo por US$ 150 milhões em ajuda humanitária para o Líbano, disse que a destruição de pontes e estradas, por causa dos bombardeios israelenses, tornará a operação mais lenta.

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- Os civis de algumas áreas estão retidos e não têm estradas para escapar - afirmou.

As autoridades cipriotas disseram que cerca de 35 mil refugiados chegaram à ilha até segunda-feira de manhã, mas que 23 mil deles já partiram para seus países. Autoridades ocidentais dizem que o número de cidadãos seus que tentam sair do Líbano está em queda.

A Turquia abriu o seu porto de Mersin a refugiados, aliviando o ônus sobre a pequena ilha de Chipre, cuja infra-estrutura ficou sobrecarregada devido à crise.