Genebra (EFE) – As negociações agrícolas na Organização Mundial do Comércio (OMC) fracassaram ontem diante da incapacidade dos 148 países para chegar a uma posição comum em assuntos essenciais, como a eliminação dos subsídios agrícolas diretos e para a exportação.

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"Os ambiciosos objetivos fixados no início do ano não serão cumpridos", disseram ontem fontes da OMC, que lembraram ainda que o diretor-geral do organismo, o tailandês Supachai Panitchpakdi, já tinha alertado sobre esta situação. Segundo as mesmas fontes, falta "coragem e compromisso político" aos 148 países, para depois levar o assunto à mesa de negociações em Genebra.

Segundo as fontes, o presidente do Comitê de Agricultura da OMC, o neozelandês Tim Groser, disse que "esperava progressos em algumas áreas" nas reuniões iniciadas na segunda-feira, "mas agora isso é impossível". Os negociadores agrícolas tentaram avançar, sem sucesso, em assuntos específicos, como o acesso aos mercados, e em outros temas considerados pilares das negociações neste setor, como os subsídios diretos aos agricultores e os que são concedidos à exportação.

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Divisão

Estão cada vez mais visíveis as divisões entre países desenvolvidos, que realizam uma política protecionista com seus agricultores, e em desenvolvimento, que rejeitam essas políticas e são, na maioria, exportadores que pedem mais acesso a esses mercados industrializados.

Um dos principais pontos de divergência é a fórmula que deve ser usada para realizar o corte das tarifas agrícolas. Na reunião ministerial informal realizada em Dalian (China) em meados de julho, os países mais ricos aceitaram estudar as propostas do Grupo dos Vinte (G20).

O G20, coordenado pelo Brasil e integrado por países em desenvolvimento, propôs cinco índices de cortes lineares nas tarifas agrícolas, de maneira que quanto maior for a tarifa, mais amplo será o corte.

No entanto, os EUA, com apoio do Canadá, da Austrália e de outros países ricos, defendem a aplicação da chamada "fórmula suíça", que representa um corte maior nas tarifas mais elevadas do que nas mais baixas. A União Européia, por sua vez, defende uma fórmula mais linear para a aplicação desses cortes tarifários.

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Com essas divergências, os negociadores agrícolas saíram das negociações sem determinar em que data a partir de setembro voltarão a se reunir. Os 148 países da OMC fixaram o fim de julho como data para ter as bases dos futuros acordos dos setores em negociação antes da próxima Conferência Ministerial de Hong Kong, de 13 a 18 de dezembro. Como tudo indica que esse prazo não será cumprido, a maioria das delegações já pensa em outubro como mês para aplicar um esforço máximo para avançar em todos os assuntos que até agora estão travados.