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Espaço

Falta de gravidade faz rosto de Marcos Pontes inchar

Menos de três dias após ter chegado à Estação Espacial Internacional (ISS), Marcos Pontes apresentava ontem o rosto inchado, segundo revelaram imagens da tripulação divulgadas no Centro de Controle da Missão, nos arredores de Moscou. O médico do astronauta, Luiz Claudio Lutiis, disse que o inchaço é normal em viagens espaciais e está relacionado à redistribuição dos fluidos do corpo num ambiente em que praticamente não existe gravidade.

- Quando temos gravidade, a maior parte dos líquidos é drenada para baixo. Mas na quase total ausência de gravidade, há uma redistribuição dos fluidos. O inchaço geralmente acontece na parte superior dos membros - garantiu Lutiis, que conversou com Pontes por dez minutos.Foto: EFE Ao lado de Pavel Vinogradov e Jeffrey Williams, tripulantes da 13ª missão, e dos membros da 12ª missão, Bill Mc Arthur e Valery Tokarev, Pontes apareceu de macacão claro, que exibia a bandeira do Brasil bem destacada, estampada no peito. Fora o inchaço, o astronauta brasileiro parecia saudável e bem humorado.

Durante a entrevista, organizada pela Nasa, Pontes revelou que ainda não fez planos para a sua volta à Terra.

- Eu aproveito o tempo para realizar as experiências - contou. - Ainda não tive tempo de pensar no retorno.

Ele iniciou ontem a sexta experiência das oito que levou. O estudo, da Universidade Federal de Santa Catarina, envolve os chamados evaporadores capilares. São ferramentas para o estudo da distribuição de calor que, no futuro, os cientistas esperam empregar em satélites para a manutenção das temperaturas dos equipamentos.

A Soyuz inicia o retorno à Terra no dia 8 de abril. A viagem do brasileiro ao espaço é fruto de um acordo firmado entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Agência Espacial da Federação Russa (Roscosmos) em outubro de 2005. O Brasil vai ao espaço 45 anos depois que o russo Yuri Gagarin fez a primeira viagem, em 1961.

O nome da missão brasileira é uma homenagem ao brasileiro Alberto Santos Dumont. Ela foi batizada de "Centenário", numa alusão aos 100 anos do primeiro vôo do 14 BIS, construído por Santos Dumont.

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