O ministro da Economia, Sergio Massa, participou nesta terça-feira de reunião emergencial sobre os bloqueios nas fábricas de pneus realizados pelos sindicatos; nova audiência de conciliação será nesta quarta-feira| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni
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O conflito sindical que paralisou a produção de pneus na Argentina já está afetando as fabricantes de veículos, e o governo espera encontrar uma solução rápida para a crise, que pode causar grandes prejuízo à indústria automobilística, um setor essencial para o país.

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Devido à falta de pneus, a japonesa Toyota interromperá as atividades a partir de quarta-feira (28) na fábrica localizada na cidade de Zárate, na província de Buenos Aires, onde trabalham 7,5 mil pessoas e de onde são exportados veículos para 22 países, confirmaram fontes da empresa à Agência Efe.

Na segunda-feira passada, pela mesma razão, a americana Ford também decidiu suspender dois turnos de produção no seu terminal na cidade de Pacheco.

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Esse conflito na reivindicação de melhores salários nas fábricas de pneus começou no início deste ano, mas se agravou desde a sexta-feira passada, com bloqueios das fábricas que levaram à interrupção total e por tempo indefinido da produção das três empresas que operam na Argentina: a local Fate, a italiana Pirelli e a japonesa Bridgestone.

Uma nova audiência de conciliação foi realizada na segunda-feira - 35 já foram realizadas desde o início do impasse - no Ministério do Trabalho, entre representantes das empresas e o Sindicato Único dos Trabalhadores de Pneus (Sutna).

Mas a audiência fracassou e foi convocada uma nova reunião de conciliação para a quarta-feira. “A esperança é que seja possível chegar a um acordo na quarta-feira”, disse o secretário da Indústria, José Ignacio De Mendiguren.

O secretário advertiu que, se o conflito se prolongar, a produção de automóveis na Argentina poderá diminuir entre 10% e 15%, o que significaria perdas entre US$ 250 milhões a US$ 300 milhões em exportações.

Alerta no setor

Os representantes da cadeia de valor automobilístico, gestores das empresas fabricantes de pneus, líderes de outros sindicatos do setor, o ministro da Economia, Sergio Massa, De Mendiguren e o secretário do Comércio, Matías Tombolini, se reuniram nesta terça-feira (27) em caráter emergencial para analisar o impacto do problema.

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Após a reunião, a Associação de Fabricantes de Automóveis (Adefa) advertiu em comunicado que “a decisão da sexta-feira passada de bloquear as fábricas” de pneus “não deixa outra possibilidade senão a de parar a fabricação de veículos em uma indústria que tem crescido em um ritmo de 29% neste ano”.

Os fabricantes advertiram também que “a radicalização deste tipo de ação gera incerteza nos mercados de exportação devido a possíveis desabastecimentos e afeta os planos de investimento para o desenvolvimento”.

De Mensiguren disse à imprensa, após a reunião, que as empresas pedem o levantamento dos bloqueios, pelo menos para liberar os pneus dentro das fábricas, e que não excluem a possibilidade de abrir as importações de pneus.

A indústria automobilística é, depois do agronegócio, o principal setor de exportação da Argentina, com 60% dos veículos produzidos no país destinados aos mercados estrangeiros.

Neste ano, o setor automobilístico lidera o crescimento industrial da Argentina, com um aumento da produção de 29,5% no acumulado dos primeiros oito meses do ano.

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Entre 2017 e este ano, os terminais automobilísticos que operam na Argentina anunciaram investimentos de US$ 6,26 bilhões.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]