Londres (Das agências internacionais) Os parentes do eletricista Jean Charles de Menezes, assissinado por policiais em Londres, em julho do ano passado, se queixam da impunidade permitida pela lei britânica e cobram do governo brasileiro mais pressão sobre o Reino Unido. O mineiro Menezes, que tinha 27 anos, foi morto com oito tiros, em um estação do metrô de Londres, ao ser confundido com um terrorista. Devido a atentados recentes, o comando policial da capital britânica havia determinado a "tolerância zero" contra suspeitos. Imagens divulgadas posteriormente indicaram que Menezes não havia dado motivos para suspeitas. Ele não correu ao ser abordado e não usava uma agasalho pesado onde pudesse esconder bobmas, como chegaram a afirmar os policiais britânicos.
Ao fim da segunda visita da delegação do governo brasileiro (formada por representantes do Itamaraty, do Ministério Público e do Ministério da Justiça) a Londres, um dos primos de Jean Charles, Alex Alves Pereira, disse não ter ouvido das autoridades nada que já não soubesse. "Não disseram nada que faça Ian Blair (Chefe da Polícia Metropolitana de Londres) renunciar e trazer à tona o que ainda está encoberto", queixou-se.