ANCARA - A família de Mehmet Ali Agca, o homem que atirou no papa João Paulo II em 1981 e foi solto da prisão por um breve período no início do mês, começou nesta quarta-feira uma greve de fome em protesto contra seu retorno à cadeia.
A Suprema Corte da Turquia determinou na última semana que Agca, 48 anos, havia sido libertado erroneamente e que deveria retornar à prisão para completar sua sentença pelo assassinato de um editor de jornal e outros delitos ocorridos nos anos 70.
- Queremos liberdade para o nosso irmão. Estamos começando um jejum até a morte. Se tivermos que morrer, morreremos - informou a agência de notícias Anatolian, citando Fatma Yildirim.
- Nosso Mehmet Ali passou 27 anos na prisão. Por que tiveram de levá-lo uma segunda vez? Hoje foi dia de visita na cadeia, mas não nos deixaram vê-lo. O nosso irmão está morto? Ele está recusando comida? Estamos iniciando a nossa própria greve de fome - completou ela.
Os membros da família que estão participando do jejum totalizam 15 pessoas, incluindo a mãe de Agca, a irmã, o irmão e seus filhos, disse a Anatolian.
Agca, um ex-gângster de direita, ficou 19 anos em uma prisão italiana pela tentativa de assassinato antes de ser perdoado pelo papa em 2000.
Ele foi então extraditado para a Turquia para cumprir pena em uma cadeia em Istambul pelo assassinato do editor de um jornal liberal Abdi Ipekci em 1979 e outras acusações, incluindo roubo.