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Patrícia Armani, prima de Jean Charles, organizou movimento pelas investigações da morte do brasileiro: violência policial | Daniel Deme/Arquivo Efe
Patrícia Armani, prima de Jean Charles, organizou movimento pelas investigações da morte do brasileiro: violência policial| Foto: Daniel Deme/Arquivo Efe

O caso

Brasileiro foi morto em ação antiterrorismo uma semana após ataques ao metrô de Londres,em 2005.

Fonte: Da Redação

22.jul.2005 – Agentes da Scotland Yard atiram em Jean Charles de Menezes na estação de metro de Stockwell, em Londres. O brasileiro de 27 anos foi confundido com um terrorista.

23.jul.2005 – A Scotland Yard reconhece o erro. Uma comissão independente anuncia que irá investigar o fato.

22.ago.2005 – Delegação do Brasil chega a Londres para debater com membros da comissão, da polícia e da Justiça inglesa.

19.jan.2006 – A promotoria recebe a denúncia contra a Scotland Yard.

17.jul.2006 – Promotoria anuncia decisão de processar a polícia de Londres.

5.dez.2006 – Os familiares de Jean Charles entram com recurso pedindo que os policiais que participaram da ação sejam incriminados. A denúncia citava apenas a polícia.

11.mai.2007 – A comissão de investigação anuncia que os policiais envolvidos não serão processados.

2.ago.2007 – Uma nova investigação conclui que a Scotland Yard cometeu graves deficiências e pede a exoneração do comissário-chefe, Ian Blair.

1.out.2007 – Início do julgamento contra a Scotland Yard

1.nov.2007 – Fim do julgamento. Polícia é condenada a pagar multa.

22.set.2008 – Começa uma nova investigação – desta vez pública – sobre o caso.

02.out.2008 – Comissário-chefe Ian Blair pede demissão.

12.dez.2008 – Fim do julgamento público. Júri aponta morte como homicídio não justificado.

Londres - Após mais de quatro anos de batalha legal, a família do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, morto em 2005 pela polícia britânica após ser confundido com um suposto terrorista, anunciou ontem ter chegado a um acordo com a Scotland Yard, pelo qual receberá uma indenização.

O valor da compensação não foi divulgado. Segundo o jornal britânico Daily Mail, será cer­­­­ca de 100 mil libras esterlinas (R$ 286 mil), um terço (33%) do que pedia a defesa, mais despesas legais.

O valor foi calculado, diz o jornal, seguindo a praxe de projetar os salários que o eletricista Jean Charles teria recebido caso a polícia não tivesse disparado sete tiros contra ele em uma estação do metrô de Londres, em 22 de julho de 2005, dias após o ataque terrorista que matou 52 pessoas em Londres em julho de 2005.

O valor da compensação à família do brasileiro contrasta, de acordo com o Daily Mail, com o R$ 1,1 milhão que recebeu o chefe da polícia de Londres na época, Ian Blair, quando abdicou do cargo em 2008, por questões políticas.

No Brasil, o pai de Jean Char­­les, Matozinhos Otone da Silva, 70 anos, disse que não sabia sobre o acordo acertado: "Por enquanto não estamos sabendo ainda não. Se saiu, a gente ainda não sabe o resultado ainda não’’.

Em sua casa, na região rural de Gonzaga (MG), Matozinhos disse que já pensou em desistir de receber reparação porque está "enjoado de tanto vaivém’’. "Não queríamos era perder o nosso filho. Mas já perdemos, então, agora, esquentar mais a cabeça é bobagem.’’

A reportagem não conseguiu falar hoje com Alex Pereira nem com Vivian Figueiredo, ambos primos de Jean Charles que costumam falar pela família em Londres.

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