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Ivanice chegou a ser socorrida após ser baleada, mas morreu a caminho do hospital | Arquivo Pessoal
Ivanice chegou a ser socorrida após ser baleada, mas morreu a caminho do hospital| Foto: Arquivo Pessoal

A família da paranaense morta por engano pela polícia de Lisboa, na madrugada de quarta-feira (15), afirmou que não tem condições para trazer o corpo de Ivanice Carvalho da Costa, de 36 anos, à cidade natal dela, Amaporã. O município de 5,9 mil habitantes fica a pouco mais de 100 quilômetros de Maringá, no Noroeste do estado. 

No momento em que foi baleada, Ivanice seguia para o trabalho, em um carro confundido com o de assaltantes que haviam acabado de agir em um caixa-eletrônico da cidade. O companheiro dela, que estava na direção e cuja nacionalidade ainda não foi confirmada, não tinha carteira de habilitação nem seguro do veículo. O homem teria se assustado ao se deparar com os policiais na pista e furado o bloqueio. Pelo menos 20 tiros atingiram o carro do casal. 

Ivanice chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital. O companheiro dela foi preso por condução sem habilitação, desobediência ao sinal de parada e condução perigosa. 

“A gente queria que a trouxessem, já que a culpa é do governo, do estado. Queria que mandassem minha filha. Não temos condições porque deve ser muito caro”, disse a mãe da vítima, Maria Luzia da Costa, em entrevista à RPC Paranavaí. 

Desde os 19 anos de idade em Portugal, a paranaense trabalhava há 17 anos no mesmo local. Ivanice era atendente de uma loja de departamentos no aeroporto de Lisboa. A família contou que ela estava legalizada no país e que não pensava em voltar para o Brasil. “Eu sempre falava vem embora e ela falava que não vinha”, contou a mãe.

Amiga da vítima, Fátima Tavares afirmou que a família que Ivanice era uma moça exemplar. “Era como se fosse minha filha”, definiu. “Queremos que eles tragam o corpo dela para cá, para gente fazer uma coisa que ela merece, que seja digno, que seja sepultada aqui. A família não tem condições de trazer o corpo para cá e como ela foi uma vitima inocente, o mínimo que eles podem fazer é mandar o corpo para Amaporã”, reforçou Fátima.

Procurado, o Itamaraty informou que a Embaixada e o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa tomaram conhecimento, na manhã desta quinta-feira, do falecimento da brasileira. Segundo o órgão, desde então, autoridades consulares brasileiras têm mantido contato com a família da cidadã, para prestar assistência. “Recebida na manhã de hoje no Consulado do Brasil, a família informou que já conta com advogado constituído”, afirmou o Itamaraty, em nota. 

Ainda conforme o órgão, a Embaixada e o Consulado em Lisboa seguirão em contato com a família e com as autoridades portuguesas. “Em razão do sigilo da investigação policial em curso pelas autoridades portuguesas, e em respeito à privacidade da cidadã brasileira, não são fornecidas informações de cunho pessoal. Finalmente, de acordo com a lei brasileira, não há previsão orçamentária para traslado ao Brasil, com recursos públicos, de nacionais falecidos no exterior”, concluiu o órgão no comunicado.

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