As famílias de jovens militares de observação das Forças de Defesa de Israel (FDI) que foram sequestradas pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023 divulgaram fotos inéditas que as mostram nos primeiros dias de cativeiro para exigir uma investigação e uma trégua com o grupo terrorista palestino que permita a libertação das reféns.
Uma das fotos mostra Liri Albag com os braços cruzados, Agam Berger com os lábios machucados, Daniella Gilboa e Karina Ariev, ambas com ataduras na cabeça. Todas elas estão sentadas em esteiras no chão com garrafas de água ao lado de uma foto do líder do Hamas, Ismail Haniye.
Outra foto mostra Naama Levy com o olho direito preto e o rosto inchado, com uma parede ao fundo.
Essas imagens foram publicadas junto a outras que mostram as jovens saudáveis e sorridentes, antes de serem sequestradas, e foram divulgadas quando os parentes realizaram uma entrevista coletiva em Tel Aviv.
Albert Ariev, pai de Karina, estava com o coração partido ao descrever a imagem de sua filha de 19 anos, que tinha manchas de sangue em suas calças e marcas em seus pulsos. As últimas palavras que ele ouviu da filha o perseguem: “Papai, estou com medo”.
As declarações foram feitas horas depois de os parentes terem se reunido em Jerusalém com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, a quem eles exigem que assine um cessar-fogo que permita a libertação dos 116 reféns ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza, antes de sua viagem planejada aos EUA no fim de semana.
“Não é hora de viajar, é hora de fechar um acordo e trazer os reféns para casa”, disse na conferência Ayelet Levy Shachar, mãe de Naama.
As jovens, que prestavam serviço militar obrigatório como observadoras na base de Nahal Oz, a menos de um quilômetro da Faixa de Gaza, haviam alertado seus superiores sobre movimentos estranhos dentro do território palestino e o risco de um ataque iminente meses antes de 7 de outubro, mas os comandantes as ignoraram, de acordo com suas famílias e colegas que não estavam de serviço naquele dia.
Durante a reunião de três horas com as famílias, Netanyahu declarou que o que aconteceu “seria minuciosamente revisado e que as lições seriam aprendidas em todos os níveis, inclusive nas esferas de inteligência, operacional, militar e diplomática”, de acordo com comunicado do gabinete do primeiro-ministro.
No entanto, as famílias estão exigindo uma comissão de inquérito, algo com o qual Netanyahu se recusa a se comprometer, de acordo com a imprensa local.
A base de Nahal Oz foi um dos primeiros alvos do ataque do Hamas, que incluiu o disparo de milhares de foguetes e a infiltração de inúmeros terroristas palestinos no território israelense.
Somente nessa base, 15 militares de observação foram mortos e outros seis foram feitos reféns. Além disso, 51 não observadores também foram mortos em Nahal Oz.
Há algumas semanas, as famílias das militares criaram um fórum chamado Their Voices (Suas Vozes, em tradução livre) para exigir uma investigação e que as FDI divulguem as gravações de suas filhas falando no rádio durante seus últimos turnos.
Os militares observadores que trabalhavam naquela base - agora reduzida a cinzas e escombros - e em outras ao redor das fronteiras de Israel são todas mulheres muito jovens, na faixa dos 20 anos, que não portam armas e são conhecidas como “os olhos de Israel”.
Seu trabalho é observar o terreno durante horas por meio de câmeras de vigilância e relatar qualquer atividade suspeita ao comando superior.
Em maio, o Fórum das Famílias dos Reféns, que representa muitos dos 251 sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro, divulgou um vídeo - gravado pelo próprio grupo - mostrando o sequestro agressivo das soldados observadoras, muitas das quais estavam sangrando.
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