LONDRES - As famílias de duas vítimas da polícia britânica se juntaram nesta segunda-feira à campanha pela memória do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto em julho passado no metrô de Londres após ser confundido com terrorista por policiais.
Irene Stanley e Susan Alexander, esposa e mãe de duas pessoas mortas pelas forças da ordem da Grã-Bretanha, expressaram publicamente em entrevista coletiva em Londres seu apoio à campanha "Justiça para Jean".
Em ato na London School of Economics - em que esteve presente Bianca Jagger, embaixadora de boa vontade da União Européia -, Stanley lembrou que a Polícia matou seu marido na saída de um pub, pois confundiu a perna de uma cadeira que ele transportava sob o braço com uma arma.
Isto ocorreu há seis anos, e "a lição ainda não foi aprendida", afirmou.
Susan Alexander perdeu seu filho Azelle Rodney em abril, quando ele levou sete tiros na cabeça no banco traseiro de um carro detido pela Polícia.
- Com o caso (de Jean Charles de) Menezes, revivemos o ocorrido com nosso filho - disse na entrevista coletiva, que teve a presença de aproximadamente 200 simpatizantes da causa.
A mãe de Jean Charles, Maria Otone, reiterou seu pedido de justiça para seu filho.
- Não quero que nenhuma mãe tenha que sofrer o que eu ainda estou sofrendo - afirmou.
O brasileiro morreu no dia 22 de julho ao levar oito tiros disparados à queima-roupa por um policial à paisana que aparentemente o confundiu com um dos autores dos atentados da véspera em Londres.
Os atentados de 21 de julho não deixaram vítimas, pois neles só os detonadores das bombas explodiram. Duas semanas antes, 56 pessoas morreram e aproximadamente 700 ficaram feridas em outros ataques contra a rede de transporte da capital britânica.
A família de Jean Charles está em Londres há duas semanas para obter mais detalhes sobre o caso, atualmente investigado pela Comissão Independente de Investigação de Queixas contra a Polícia.
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