Bolivianos atravessam rodovia bloqueada em Tiquipaya, a 48 km de Santa Cruz| Foto: Pablo Porciuncula/AFP

Manaus - Famílias bolivianas estão atravessando a fronteira em direção ao Brasil para fugir dos conflitos na capital do departamento de Pando, Cobija, que faz divisa por uma ponte com as brasileiras Epitaciolândia e Brasiléia, no Acre.

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Por telefone, o secretário de Meio Ambiente de Epitaciolândia, José Menezes, disse que a maioria vêm de Cobija e também de Porvenir, palco de um massacre que deixou 25 mortos na última quinta-feira.

Não há um número exato de famílias "refugiadas". Com malas e trouxas nas mãos, elas viajam de ônibus, carroças, motocicletas e bicicletas e ficam em hotéis ou em casa de parentes.

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Dono de uma pousada em Brasiléia, José Luiz Revollo afirma que 70% dos leitos estão ocupados por bolivianos. "Uns 40 estão aqui desde quinta-feira. Eles têm medo de represália, de vandalismo e até de serem seqüestrados", disse.

A delegacia da Polícia Federal em Epitaciolândia informou ter concedido, desde o início dos conflitos, vistos de trânsito para ao menos 30 funcionários do governo boliviano que trabalhavam em órgãos públicos tomados pelos manifestantes.

Na madrugada de ontem, vários bolivianos feridos a bala foram atendidos no Pronto Socorro de Brasiléia, mas apenas um ficou internado. Diego Arroio Bienkike, 19, com perfuração por arma de fogo no abdôme, foi transferido ao hospital público de Rio Branco. Em estado grave, precisava de um especialista cardiovascular.

No hospital segue em estado estável o brasileiro Jonas de Souza, 22, atingido no tórax e pernas com tiros de espingarda em emboscada na Bolívia.