Fazendeiros, governos e agências reguladoras devem tomar medidas preventivas para melhorar o controle da água, porque a mudança climática restringirá os suprimentos de água para a agricultura, recomendou a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A mudança climática trará temperaturas mais elevadas e secas mais frequentes, reduzindo a disponibilidade de água especialmente nas regiões mais secas. Ao mesmo tempo, o derretimento das geleiras também acabará por reduzir os suprimentos de água em áreas produtoras importantes, disse a FAO na quinta-feira.
"A subsistência de comunidades rurais e a segurança alimentar das populações urbanas estão sob risco", disse o diretor-geral assistente da FAO para Recursos Naturais, Alexander Mueller, num comunicado.
Os países devem melhorar a administração de seus recursos de água antes das mudanças esperadas e os produtores precisam adotar padrões de cultivo mais eficientes, afirmou a FAO no relatório Mudança Climática, Água e Segurança Alimentar.
Os agricultores podem reduzir o uso de água e otimizar a irrigação optando por um plantio antecipado ou posterior ao habitual, enquanto a colheita e a produtividade podem ser melhoradas com a adoção de práticas de conservação da umidade do solo, disse o relatório.
A plantação de culturas de raízes profundas permite que os produtores explorem melhor a umidade disponível do solo.
Sistemas agro-florestais mistos também representam uma promessa, porque sequestram carbono e oferecem proteção ao vento, melhor conservação do solo e sombras, que reduzem as temperaturas do solo e a evaporação.
Pequenos agricultores nos países em desenvolvimento, que já produzem bem abaixo do potencial, enfrentarão cada vez mais dificuldade para adotar essas estratégias por causa do acesso limitado ao capital, disse o relatório.
"Os pobres da zona rural, que são os mais vulneráveis, provavelmente serão afetados de forma desproporcional", afirmou Mueller.