Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Guerrilha

Farc anunciam fim de sequestros de civis

Homem segura cartaz com fotos dos policiais e militares em poder dos guerrilheiros há mais de uma década | Luis Acosta/AFP
Homem segura cartaz com fotos dos policiais e militares em poder dos guerrilheiros há mais de uma década (Foto: Luis Acosta/AFP)

Bogotá e São Paulo - As Forças Armadas Revolu­­cio­­nárias da Colômbia (Farc) anunciaram ontem o fim de sequestros de civis e a libertação dos seus dez "últimos prisioneiros de guerra" – militares e policiais mantidos como reféns há mais de dez anos. A guerrilha fez o anúncio como uma oferta para retomar as negociações de paz com o governo. A proposta, contudo, foi recebida com cautela pelo presidente Juan Manuel Santos, que considerou, em mensagem no Twitter, "um passo importante e necessário na direção correta, mas não o suficiente".

Em comunicado em sua página na internet, a guerrilha explica que deixará de sequestrar civis como fonte de renda. Somente nos últimos oito meses, as Farc fizeram ao menos 25 civis reféns.

"Anunciamos (...) que a partir desta data, abandonaremos a prática [do sequestro extorsivo]", diz o texto.

Enfraquecimento

Criada em 1964, a guerrilha tem como principal renda o narcotráfico. Já chegou a ter 17 mil membros, mas hoje conta com cerca de 9 mil. O grupo vem perdendo força na última década diante da ofensiva militar colombiana em áreas mais remotas, que resultou na morte de seus principais líderes.

Desde 2008, a guerrilha libertou unilateralmente 20 reféns, em uma tentativa, sem resultado, de soltar cerca de 500 de seus rebeldes. Em janeiro, o grupo já havia se comprometido a libertar seis oficiais reféns – ontem, portanto, as Farc acrescentaram quatro vítimas à lista de libertação.

Sem circo

O presidente da Colômbia disse estar contente pelos reféns e afirmou que o governo dará as garantias necessárias para que a libertação não se transforme em um "circo midiático". O fim dos sequestros e a libertação de todos os reféns são apenas duas das condições do governo para o diálogo, que incluem ainda o fim do recrutamento de menores e da associação com o narcotráfico.

A própria guerrilha faz suas ressalvas a uma trégua. Ela alega que o governo aumentou o orçamento militar, um sinal de "prolongação indefinida da guerra".

Brasil

No comunicado, as Farc aceitam que o governo brasileiro forneça a logística para a libertação dos dez reféns, como já ocorreu em ocasiões anteriores. O exército de guerrilheiros inclusive agradece a "disposição generosa" do governo brasileiro em auxiliar nas operações de resgate.

Desde 2009, o Brasil comandou o resgate de oito reféns, em duas operações, a pedido de Bogotá. Há duas semanas, o Itamaraty havia se comprometido em intermediar a libertação dos seis reféns anunciada em janeiro.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.