Membros de uma comissão humanitária viajaram ontem a uma localidade no sul da Co­­lômbia para resgatar, em algum ponto da selva, o sargento Pablo Emílio Moncayo, há 12 anos em poder das Forças Armadas Re­­volucionárias da Colômbia (Farc). O resgate deve ocorrer hoje.

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A família dele demonstra bastante ansiedade com o fim do sequestro, após um longo período de separação. A mãe do militar, María Stella de Moncayo, dis­­se estar com as emoções "à flor da pele". Ressaltando que é difícil acreditar ainda no fim do se­­questro, ela qualificou o mo­­mento como "um sonho lindíssimo...amanhã vou ver meu fi­­lho".

María Stella contou que pretende ficar alguns dias em Bo­­gotá, onde o sargento deve passar por exames médicos no Hos­­pital Militar.

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A comissão humanitária é integrada pela senadora Piedad Córdoba, delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e o monsenhor Leonardo Gómez, da Igreja Católica. A senadora disse que ela e outros membros da comissão partirão hoje pela manhã, de Florencia, capital do departamento de Caquetá, 380 km a sudoeste de Bogotá, em um helicóptero militar do Brasil.

No domingo, a guerrilha li­­bertou Josué Daniel Calvo, se­­questrado há um ano após ser ferido em combate.

Candidatos

A liberação unilateral de reféns pelas Farc reavivou no país o de­­bate sobre a "troca humanitária’’ de sequestrados pela guerrilha por rebeldes presos, a dois meses da eleição presidencial.

A discussão invadiu a arena eleitoral e divide os candidatos. Líder nas pesquisas, o ex-ministro da Defesa de Uribe Juan Ma­­nuel Santos, do Partido de la U, se disse contrário a acertos com a guerrilha. "Que haja libertação unilateral de sequestrados, mas troca em nenhum caso.’’

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Já a ex-embaixadora Noemí Sanín, do também governista Partido Conservador e segunda colocada nas pesquisas, foi evasiva. Disse apenas confiar no "bom julgamento que sempre demonstrou o presidente (Uribe)’’ e em que se tomem "decisões acertadas’’.

Representantes da oposição, como o ex-prefeito de Bogotá Antanas Mockus, do Partido Ver­­de, se mostraram mais abertos a acordos com as Farc. "Um acordo deveria incluir outro que diga "sem mais acordos’’’, afirmou.