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Farc mata 11 militares e presidente da Colômbia autoriza bombardeios

Militares retiram corpo de soldado morto durante ataque das Farc: processo de paz interrompido. | Jaime Saldarriaga /Reuters
Militares retiram corpo de soldado morto durante ataque das Farc: processo de paz interrompido. (Foto: Jaime Saldarriaga /Reuters)

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou ontem a retomada de missões de bombardeio contra os rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), depois de o grupo atacar tropas do país e matar 11 militares. A decisão deverá intensificar os confrontos após esforços para se chegar a um acordo de paz.

“Aos autores deste fato infame, vamos persegui-los. A vocês, comandantes [militares], ordenei todas as medidas necessárias para proteger a população civil e as tropas.”

juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, sobre os ataques de ontem de membros das Farc e militares colombianos.

Como parte das negociações de paz com as Farc, Santos interrompeu no mês passado as incursões aéreas contra os esconderijos rebeldes em reconhecimento a um cessar-fogo unilateral declarado em dezembro pelo grupo guerrilheiro. Há uma semana, Santos prorrogou a trégua por 30 dias.

Em comunicado, o presidente colombiano disse ontem que a ação foi “um produto de um ataque deliberado” dos guerrilheiros. Em discurso na base aérea de Cáli, Santos disse que, com os ataques, a guerrilha não conseguirá pressioná-lo a aceitar o cessar-fogo bilateral exigido pelas Farc desde o início do diálogo em Cuba.

“Aos autores deste fato infame, vamos persegui-los. A vocês, comandantes [militares], ordenei todas as medidas necessárias para proteger a população civil e as tropas”, afirmou Santos. “Expressamos nossa mais profunda solidariedade aos parentes dos soldados que deram a vida na defesa da pátria. O incidente foi produto de um ataque deliberado e viola a promessa da trégua unilateral”.

O ataque não foi reivindicado pela guerrilha, mas um dos negociadores das Farc, Félix Antonio Muñoz Lascarro, conhecido como Pastor Alape, disse que a ação se deve “à incoerência do governo que faz operações militares contra uma guerrilha em trégua”. Alape está em Havana, onde participa das negociações de paz.

“O cessar-fogo bilateral é urgente. O que importa é que há colombianos mortos, isso é o que temos que parar. Isso não se explica em meio a um processo de paz, a um cessar-fogo unilateral”, afirmou Alape.

Emboscada

Os militares colombianos foram mortos na zona rural de La Esperanza, no município de Buenos Aires, na província rural de Cauca, sudoeste do país, na madrugada de ontem. As Farc fizeram uma emboscada, lançando granadas e atirando contra os militares em um campo esportivo coberto, segundo o Exército.

O incidente foi o mais grave ocorrido no país desde que as Farc declararam um cessar-fogo unilateral, em vigor desde 20 de dezembro, como parte das negociações em Havana, que começaramem novembro de 2012.

Há cerca de 10 anos, o grupo guerrilheiro aproveitaram um período de cessar-fogo em um processo de paz para reagrupar suas forças e incrementar seu poderio militar.

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