Havana, 23 jul (EFE).- Os negociadores das Farc pediram nesta quinta-feira ao governo da Colômbia ao retomar os diálogos de paz em Havana que forme “antes que fim de novembro” a Comissão da Verdade, apesar das partes terem acordado em junho que este órgão seria criado assim que o acordo de paz fosse firmado.
“O mais urgente agora é dar fechamento à configuração da Comissão de Esclarecimento da Verdade, da Convivência e da Não Repetição. Teremos que fazer o que for necessário para que seja formada antes do final de novembro”, disse a insurgência em comunicado lido pelo guerrilheiro Milton de Jesús Toncel Redondo, conhecido como “Joaquín Gómez”.
A guerrilha considerou que, para poder avançar no assunto da reparação da vítimas que é discutido na mesa de negociação, é necessário “tomar a verdade como base para a construção de qualquer sistema de justiça”.
“Se a verdade pura e limpa for a melhor maneira de persuadir, comecemos a conhecê-la obviamente, pela boca dos atores do conflito e das vítimas. E, claro está, deverão ser abertos os arquivos”, disse.
Em 4 de junho, as partes acordaram a criação de uma futura Comissão da Verdade, que se iniciaria quando fosse firmada a paz e concebida como um mecanismo independente e imparcial de caráter extrajudicial.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também se referiram ao novo impulso que as partes querem dar às negociações para resistir à desconfiança dos colombianos em torno de um processo de paz que nas últimas semanas viveu momentos críticos após o conflito se recrusdescer e pela falta de avanços em Havana.
No fechamento do anterior ciclo de conversas, o governo e as Farc decidiram agilizar o processo e criar uma nova metodologia mais flexível com grupos que trabalhassem em paralelo; além de seguir avançando em medidas para diminuir o impacto de conflito.
Com este fim, a guerrilha decretou uma nova trégua unilateral que entrou em vigor em 20 de julho e hoje exigiu do governo “atuação em correspondência” para alcançar um cessar-fogo bilateral e definitivo.
As partes avaliarão dentro de quatro meses os resultados desse plano estipulado para diminuir o conflito na Colômbia e agilizar o processo em Havana. EFE
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