O partido palestino Fatah e o movimento islamita Hamas acertaram nesta quinta-feira (25), no Cairo, a volta do governo de unidade, estabelecido por ambos em abril, na faixa de Gaza.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, havia acusado o Hamas de manter um governo paralelo em Gaza e de impedir que o governo de unidade, nomeado em junho, exercesse sua autoridade no território palestino.
"Fatah e Hamas chegaram a um acordo para uma volta do governo de união na faixa de Gaza", informou um membro da delegação do Fatah no Cairo, Jibril Rajub.
A informação foi confirmada por Azzam Al-Ahmad, o chefe da delegação do Fatah, e por Mussa Abu Marzouk, um alto dirigente do Hamas.
Após anos de divisões, o Hamas e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), cujo principal membro é o Fatah, assinaram em abril um acordo de reconciliação que estabelecia o governo de unidade em Gaza.
Porém, após a ofensiva israelense na faixa de Gaza, em julho e agosto, a ANP acusou o Hamas de impedir seu trabalho no território. Já o movimento islamita critica a ANP pela falta de pagamento dos salários de seus aproximadamente 45 mil funcionários em Gaza.
Negociação
Israel e a delegação palestina que reúne Fatah e Hamas também estão reunidos no Cairo para voltar a discutir uma trégua prolongada da guerra em Gaza.
O cessar-fogo de 30 dias vai expirar durante esta semana, mas as questões que ajudaram a construir o conflito -como o cerco israelense e a militarização do Hamas- persistem em Gaza.
A guerra, encerrada em 26 de agosto, durou 50 dias, com mais de 2.000 mortos e um prejuízo de milhões de dólares no território palestino.