Gaza O Hamas e o Fatah iniciam as negociações para um consenso sobre o chamado "plano dos prisioneiros" para um futuro Estado palestino, ao passo que aumentam os desentendimentos entre as partes.
O primeiro-ministro do governo do Hamas, Ismail Haniyeh, reiterou ontem sua oposição à realização de um plebiscito, enquanto o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, afirmou que se até terça-feira o movimento islâmico não aprovar o plano, vai convocar a consulta popular.
Abbas convocou as negociações e exigiu que todas as facções palestinas aceitem o plano, caso contrário vai realizar o plebiscito para saber se a população é contra ou a favor do Documento de Reconciliação Nacional dos presos.
O plano propõe que, para negociar a paz com Israel, o país terá que devolver a Cisjordânia ocupada, libertar 8.500 palestinos considerados "presos de segurança" e autorizar o retorno ao país dos refugiados das guerras de 1948 e 1967.
O documento foi assinado por prisioneiros do Fatah liderados por Marwan Barghouthi e por integrantes do Hamas que divergem da posição dos seus líderes, entre os quais Haniyeh.
Abbas exigiu que os representantes do Hamas e do Fatah cheguem a um consenso sobre o "plano dos prisioneiros", cujo conteúdo tem sido motivo de novos desentendimentos entre os dois grupos, até amanhã.
Haniyeh rejeitou a proposta dos prisioneiros alegando que aceitá-la implicaria o reconhecimento de Israel, que, segundo a plataforma política do Hamas, está em "terras sagradas do Islã".
Analistas políticos palestinos e israelenses afirmam que se a consulta for realizada, o Hamas no poder há menos de três meses pode sofrer uma derrota, uma vez que pesquisas indicam que a maioria da população palestina está a favor das negociações de paz com Israel.
Após a ascensão do Hamas ao poder e a posterior suspensão da ajuda internacional, cerca de 125 mil funcionários públicos e policiais da AP (leia texto ao lado) estão sem receber salários, o que aumentou a tensão em Gaza.
Os Estados Unidos, a União Européia e Israel, responsável por recolher os impostos da AP, deixaram de transferir as doações e as arrecadações porque o governo do Hamas, entre outras coisas, se nega a reconhecer o Estado israelense e a depor as armas.
Os líderes dos dois movimentos também enfrentam divergências sobre suas respectivas atribuições em matéria de segurança, e Abbas ameaçou convocar o plebiscito em 30 dias na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém caso as negociações fracassem.
Para Haniyeh, o plebiscito sobre o plano de paz dos prisioneiros "é desnecessário", pois a grande maioria do povo palestino escolheu os candidatos do Hamas e sua plataforma nas eleições gerais de janeiro passado. Além disso, ele afirma que esse tipo de consulta é ilegal.
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