Atiradores do Fatah dispararam contra o comboio de um ministro do movimento rival Hamas na Cisjordânia ocupada neste sábado. É o primeiro caso de violência entre as facções desde que começaram as negociações pelo governo de unidade na Palestina há um mês.

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Autoridades de ambos os lados disseram que Wasfi Kibha, ministro de Assuntos Penitenciários, não sofreu ferimentos durante o tiroteio próximo a Tubas, cidade vizinha a Nablus, a maior da Cisjordânia.

O incidente provocou uma batalha armada na região entre os membros do Fatah e do Hamas. Uma pessoa ficou levemente ferida, segundo fontes do Hamas.

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O Fatah, liderado pelo presidente palestino Mahmoud Abbas, e autoridades da facção Hamas, que comanda o parlamento, deram diferentes versões do incidente. O tiroteio ocorreu apesar das previsões de membros do Hamas de que falta pouco para a formação de um governo conjunto.

Kibha disse à Reuters que atiradores do Fatah pararam seu carro num posto de patrulha improvisado nos arredores de Tubas.

``Eles atiraram no meu carro sem aviso'', disse. O comboio fez a volta e dirigiu-se para o sentido oposto, em direção a Jenin, na Cisjordânia.

Uma autoridade do Fatah disse que os atiradores somente abrigam fogo para responder aos tiros da força policial do Hamas que acompanhava o carro do ministro. Um fotógrafo palestino foi ferido na cabeça por um fragmento de bala, disse a autoridade.

Na cidade de Gaza, atiradores invadiram o campus da Universidade Al Quds, pró-Fatah, e feriram um membro do conselho estudantil que pertence ao Fatah, disse uma fonte da segurança palestina. Ninguém assumiu a responsabilidade sobre o tiroteio.

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O Hamas nega ter policiais na Cisjordânia. O Fatah acusa o Hamas de tentar montar uma força policial na região.

A discordância sobre a polícia do Hamas em Gaza é um dos principais obstáculos para o final das negociações por um governo conjunto.

Há um mês, após mediação saudita, o Hamas e o Fatah concordaram em criar um gabinete conjunto, encerrando semanas de luta sangrenta entre as facções, principalmente na Faixa de Gaza, em que mais de 90 pessoas morreram.

Na quinta-feira, Abbas disse que o acordo estava ``99 por cento'' fechado, embora ele e o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, ainda não tivessem definido o nome do ministro do interior, cargo que controla as poderosas forças de segurança.