Dezenas de milhares de simpatizantes do Fatah, grupo do presidente palestino, Mahmoud Abbas, participaram neste domingo de um ato em Gaza em demonstração de força no território que é a principal base de apoio ao movimento islâmico Hamas, que está no poder.

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As duas facções estão envolvidas em uma luta de poder que alguns palestinos temem que provoque uma guerra civil.

``Não queremos uma guerra civil e rejeitamos a guerra civil. Mas digo a vocês que o nosso sangue não é um alvo aberto para ninguém'', disse em discurso Tayeb Abdel-Rahim, assessor de Abbas e que falou em nome do presidente.

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O ato no principal estádio de Gaza foi convocado para marcar o 42o. aniversário do movimento Fatah, que já foi dominante e sofreu uma derrota surpresa para o Hamas na eleição parlamentar há um ano.

Testemunhas disseram que dezenas de milhares de pessoas participaram e que foi um dos maiores atos do Fatah na Faixa de Gaza em anos.

O comício foi realizado um dia depois que Abbas declarou a força de segurança do Hamas em Gaza ilegal. Isso provocou uma resposta imediata dos islâmicos, que prometeram dobrar o tamanho da Força Executiva, para 12.000 homens.

Mohammad Dahlan, um dos líderes do Fatah e ex-chefe da segurança, criticou o Hamas em seu discurso, dizendo para os vigias se afastarem. ``Não preciso de ninguém...deixem o Hamas atirar em mim,'' disse Dahlan enquanto membros do Fatah disparavam com fuzis para o ar no meio da multidão.

Abdel-Rahim disse que os palestinos deveriam concentrar sua batalha contra Israel, e não em lutas internas.

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``Nossas diferenças devem continuar direcionadas contra a ocupação, que está destruindo nossa terra e matando nosso povo'', disse.

O Hamas criou sua Força Executiva depois que formou um governo, em março, e desafiou a ordem anterior de Abbas de integrar seu pessoal aos outros serviços de segurança.

Em conferência de imprensa com outros grupos aliados dos islâmicos, o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, advertiu contra tentativas de enfraquecer o grupo.

``Quem recebe armas dos americanos é responsável pelo sangue'', dise Abu Ubaida.

Governos ocidentais querem que o moderado Abbas ganhe do Hamas, que os Estados Unidos e Israel consideram um grupo terrorista. O governo Bush vai fornecer 86 milhões de dólares para fortalecer os grupos de segurança leais a Abbas, de acordo com documentos vistos pela Reuters na sexta-feira.

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A tensão interna cresceu depois do pedido de Abbas por novas eleições, feito no último mês, para romper o impasse político com o Hamas. Os dois grupos não conseguir formar um governo de união.