Pianista Dedicado
Tocar piano é o passatempo preferido de Bento XVI. O pontífice aprendeu a tocar ainda criança, e durante toda sua vida de sacerdócio sempre reservou algum tempo para dedicar-se à música. Desde que se tornou Papa, os concertos de piano foram um presente comum dado pelos membros da Cúria Romana ao pontífice. Em 2011, depois de uma apresentação por ocasião do seu aniversário, Bento XVI revelou sua preferência pela composição de Bach, chamando-o de "esplêndido arquiteto da música". Em 2007, quando veio ao Brasil, os monges do Mosteiro de São Bento, em São Paulo, fizeram questão de deixar um piano nos aposentos do pontífice.
Homem de "fino trato"
Em 2007, quando foi escolhida para servir a mesa e arrumar o quarto de Bento XVI durante a visita do pontífice em Aparecida, a então técnica em hotelaria Rosa Cristina Ferreira, 45 anos, esperava encontrar um homem sério e formal. Nada disso aconteceu. "No primeiro encontro percebi estar diante de uma pessoa simples e tranquila, que agradecia com alegria qualquer serviço que lhe fazíamos", conta Rosa. Ao contrário da fama de riqueza, Rosa ficou impressionada com o que ela chama de "pobreza pessoal" de Bento XVI. "A camisa era boa, mas se via que era gasta e em uso há muito tempo; na comida, percebíamos no serviço de copa e ao servi-lo que era bastante sóbrio. Ele também nunca reclamava de nada ou pedia alguma coisa para si, aceitando o que lhe davam". No último dia, quando Bento XVI estava para ir embora, Rosa tentou disfarçar as lágrimas de emoção pela experiência. Depois de confirmar com elas o motivo da tristeza, foi até o escritório que usava em Aparecida e trouxe a ela e outras que estavam ali alguns livros autografados. "O Papa nunca devolvia textos autografados diretamente, mas sempre por meio dos secretários, por isso agradecemos especialmente esse detalhe", conta. "Ele também disse que tinha vontade de voltar outras vezes ao Brasil, lembrarei sempre com carinho desses momentos", finalizou.
Doutrina compreensível
Quando ainda era prefeito para Congregação a Doutrina da Fé, o cardeal Joseph Ratzinger foi um dos principais responsáveis pela elaboração do Catecismo da Igreja Católica, um extenso livro no qual consta toda a doutrina oficial da Igreja. Quando se tornou Papa, ele achou que era hora de lançar uma versão mais direta e focada nos jovens. Foi então que em 2011, ano da JMJ de Madri, Bento XVI apresenta o YouCat, o catecismo jovem da Igreja, numa linguagem muito mais acessível, em cores, e com uma edição que lembra a de sites da internet. Vários participantes do evento receberam a publicação gratuitamente.
Atenção às crianças
Bento XVI é certamente um dos teólogos mais influentes da última década, mas o fato de ser um intelectual renomado não o impediu de dedicar tempo para escrever um livro para crianças. Em 2011, o pontífice lançou Maria, a mãe de Jesus, uma pequena publicação de 48 páginas, no qual ele apresenta alguns episódios da vida da Virgem Maria e explica o significado das festas litúrgicas que foram instituídas pela Igreja Católica em sua homenagem. O prefácio da obra infantil foi escrito pelo arcebispo de Milão, o cardeal Angelo Scola, apontado por jornais de todo o mundo como um nome forte para suceder o papa alemão.
O Papa e os gatos
Um fato pouco conhecido dos hábitos do Papa é o seu gosto por gatos. A afeição de Bento XVI pelos felinos é confirmada por várias pessoas próximas do pontífice e foi retratada no livro infantil Chico e Bento, escrito pela jornalista Jeanne Perego, uma obra que fala da vida do pontífice segundo o olhar de seu gato, chamado de Chico. No prefácio, o monsenhor Georg Gänswein, secretário do Papa, comenta que Chico e Bento XVI se conhecem há muitos anos; por isso, tudo o que é narrado no livro seria verdade, ao menos do ponto de vista do felino.