Negociadores do FBI, a polícia federal norte-americana, se juntaram nesta quinta-feira (9) a oficiais da Marinha dos Estados Unidos, que tentam libertar o capitão de um navio de bandeira norte-americana mantido refém por piratas somalis. Um destroier dos EUA e um avião Órion P-3 estão monitorando o bote onde os piratas mantém refém o capitão Richard Philips, ao largo da costa da Somália.
Os piratas tentaram sequestrar nesta quarta-feira (8) o cargueiro Maersk Alabama, de propriedade da empresa dinamarquesa Maersk-Moller. A tripulação de 20 marujos lutou e conseguiu expulsar os quatro piratas do cargueiro, mas eles levaram Philips como refém. O barco transportava toneladas de alimentos em ajuda humanitária à Somália.
O incidente levou o general norte-americano David Petraeus a dizer nesta quinta-feira que os EUA aumentarão sua presença militar nas costas da Somália nas próximas 48 horas.
Kevin Speers, porta-voz da empresa Maersk, disse que os piratas ainda não fizeram nenhum pedido para a libertação de Philips e que o retorno seguro do capitão é a prioridade da multinacional.
O cargueiro Maersk Alabama está navegando de volta para o porto queniano de Mombasa, seu destino original. Um oficial da Marinha dos EUA disse que um grupo de 18 fuzileiros navais americanos agora faz a guarda da embarcação.
Enquanto isso, os quatro piratas mantém Philips no bote, que está em alto mar e sem combustível. O bote tem água e comida para 34 pessoas por 10 dias.
O presidente dos Estados unidos, Barack Obama, não quis comentar o impasse. Mas o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, disse que o FBI está ajudando a Marinha.
Steve Romano, um funcionário aposentado do FBI que participou de várias negociações para a libertação de reféns, disse que a dificuldade neste caso é dialogar e barganhar com pessoas que não têm saída, ou seja, os piratas. O bote é acompanhado por um navio de guerra dos EUA e um avião Órion P-3. Não existe fuga aparente para os piratas.
"Existe potencial de tragédia nisso e quando as pessoas percebem que suas opções são poucas, às vezes reagem de maneiras violentas", disse Romano. A questão agora, comentou Romano, é "quanto os piratas acham que suas vidas valem? Porque agora a única motivação deles é sobreviver à tentativa fracassada de tomar o navio". As informações são da Associated Press.