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caso kavanaugh

FBI conclui relatório sobre alegações de assédio sexual contra indicado de Trump à Suprema Corte

Manifestantes protestam contra Brett Kavanaugh, nomeado de Trump, do lado de fora do prédio da Suprema Corte dos EUA, em 03 de outubro | WIN MCNAMEE/AFP
Manifestantes protestam contra Brett Kavanaugh, nomeado de Trump, do lado de fora do prédio da Suprema Corte dos EUA, em 03 de outubro (Foto: WIN MCNAMEE/AFP)

Senadores dos Estados Unidos receberam o relatório da polícia federal americana (FBI) sobre as alegações de assédio sexual contra o juiz Brett M. Kavanaugh, indicado pelo Supremo Tribunal, no início da manhã desta quinta-feira (4). As conclusões não serão reveladas ao público, mas os senadores poderão revisar o relatório antes da votação de nomeação de Kavanaugh, na sexta-feira (5).

"Haverá tempo de sobra para que os membros [do Senado] revisem e sejam informados sobre este material suplementar antes do voto de fechamento da sexta-feira", disse McConnell na noite de quarta-feira.

O relatório do FBI estará disponível em um centro de informações sensíveis no Centro de Visitantes do Capitólio, uma sala segura e projetada para que senadores revisem material confidencial ou sigiloso, segundo informaram funcionários do Senado ao Washington Post. Apenas uma cópia física do relatório estará disponível, e apenas senadores e 10 membros da equipe do comitê de Justiça do Senado estão liberados para ver o material.

Na madrugada desta quinta, por volta das 2h30 (3h30, no horário de Brasília), a Casa Branca tuitou que havia recebido o relatório completo da investigação e que estava confidente de que o Senado confirmaria a indicação do presidente Trump para a Suprema Corte.

Mas a investigação já estava sendo condenada antes mesmo de ser concluída. Os advogados da professora universitária Christine Balsey Ford, a primeira mulher a acusar Kavanaugh de abuso sexual, criticaram o que viram como um inquérito incompleto do FBI.

"Uma investigação suplementar do FBI que não incluiu uma entrevista com a Dra. Christine Blasey Ford – nem com as pessoas que corroboram seu testemunho – não pode ser considerada uma investigação", disse a equipe jurídica de Ford em comunicado. "Estamos profundamente desapontados que, após o tremendo sacrifício que ela fez ao se apresentar, aqueles que dirigiam a investigação do FBI não estavam interessados em buscar a verdade".

Na semana passada, Ford prestou um emocionado depoimento afirmando ter 100% de certeza de ter sido atacada em 1982 por Brett Kavanaugh. O juiz nega as acusações.

Reportagens da imprensa americana haviam informado que o FBI não havia recebido autorização da Casa Branca para entrevistar Ford ou Kavanaugh. Segundo a CNN, a presidência acredita que os testemunhos prestados por ambos na semana passada já são suficientes para a investigação do FBI. Mas a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse na quarta-feira que a Casa Branca havia permitido ao Senado decidir sobre o escopo da investigação do FBI.

As acusações

O juiz Brett Kavanaugh está sendo acusado de assedio sexual por três mulheres. A primeira que veio à público relatar sua história foi a professora Ford, que alega que o indicado de Trump a bolinou e tentou tirar suas roupas contra a sua vontade em um encontro de jovens na região de Chevy Chase e Bethesda, cidades vizinhas a Washington, em 1982, quando ela tinha 15 anos e ele, 17.

O relato de Ford suscitou outras duas acusações contra o juiz. Deborah Ramirez, colega de faculdade de Kavanaugh, diz que teria sido forçada a tocar em seu pênis – segundo a BBC, o FBI a questionou por duas horas no domingo. Julie Swetnick, moradora de Washington, declarou que ele era fisicamente abusivo com garotas no ensino médio e que estava presente em uma festa, em 1982, onde ela diz ter sido vítima de estupro coletivo – o FBI não examinou as alegações dela.

O que está em jogo

Brett Kavanaugh é o segundo indicado do presidente Trump à Suprema Corte dos EUA. O primeiro foi Neil Gorsuch, conservador moderado.

Caso Kavanaugh seja aprovado, a mais alta corte dos Estados Unidos passará a ter quatro progressistas e cinco conservadores. Se a nomeação for rejeitada ou trocada, e os democratas consigam maioria em ao menos uma das casas do Congresso nas eleições legislativas de novembro, o processo pode se estender para até depois de 1° de janeiro, quando começa a nova legislatura – o que complicaria a vida de Trump.

O Comitê de Justiça do Senado já aprovou sua nomeação e agora a votação seguirá para o Senado. Os republicanos são maioria na Casa e, portanto, a aprovação dependerá deles. Os aliados de Trump podem contar com apenas um voto republicano contrário à nomeação. Neste caso haveria um empate entre democratas e republicanos, e o vice-presidente, Mike Pence, daria o voto decisivo.

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