O FBI cumpriu um mandado de busca nesta segunda-feira (9) no escritório de um dos advogados do presidente Donald Trump, Michael Cohen.
Cohen, que trabalhou para as Organizações Trump por dez anos e era considerado uma espécie de "faz-tudo" do atual presidente, é investigado, entre outros fatos, pelo pagamento que fez à atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida pelo nome artístico Stormy Daniels e que afirma ter tido um caso com Trump em 2006.
As recentes revelações sobre o encontro sexual da atriz com Trump, em entrevista à rede CBS, causaram furor nos EUA. Trump, porém, que na época já era casado com a primeira-dama Melania Trump, nega o affair e o acordo.
A batida policial desta segunda foi solicitada por procuradores de Nova York, que buscam documentos não apenas sobre o pagamento a Daniels, mas também sobre os rendimentos do advogado, além de emails e comunicações com Trump, segundo o jornal The New York Times.
Cohen admitiu ter pago US$ 130 mil (cerca de R$ 445 mil) à atriz para que ela não revelasse o encontro, durante a campanha do republicano à Presidência, em 2016. Ele afirmou que tirou o dinheiro do próprio bolso e que a transação não envolveu membros da campanha.
O pagamento, porém, já foi alvo de uma queixa na comissão eleitoral dos EUA, por suspeita de caracterizar uma doação ilegal a Trump. A comissão ainda não se manifestou sobre o caso.
Para fundamentar o mandado desta segunda, os procuradores de Nova York receberam informações do procurador especial Robert Mueller, também do FBI, responsável pelo inquérito sobre a interferência russa nas eleições de 2016. Mas não se sabe se a busca está relacionada a esse tema.
A defesa de Cohen afirmou que o mandado é "totalmente inapropriado e desnecessário". Segundo o advogado Stephen Ryan, Cohen cooperou com tudo o que lhe foi solicitado até aqui e forneceu "milhares de documentos" ao Congresso sobre o pagamento.
Em entrevista antes de uma reunião na Casa Branca, Trump criticou a operação. "É uma situação vergonhosa. Uma caça às bruxas total".
Também atacou o secretário de Justiça, Jeff Sessions, que também é o procurador-geral, por não evitá-la. "Ele cometeu um erro terrível."