O Estado Islâmico, com seus esforços para incentivar americanos à violência, representa uma maior ameaça aos Estados Unidos do que a al-Qaeda, de Osama bin Laden, disse o diretor do FBI na quarta-feira (23).
Em uma audiência no Fórum de Segurança em Aspen, Colorado, James Comey afirmou que os extremistas têm influenciado um número significativo de cidadãos do país, abordando alvos que o grupo de bin Laden não tinha interesse, como pessoas instáveis e usuário de drogas.
“Eu me preocupo muito com o que não posso ver”, disse Comey, destacado que os recrutadores extremistas usam softwares criptografados para evitar espionagem americana.
A ampla campanha dos jihadistas nas redes sociais, que já dura um ano, é um dos pontos de preocupação das autoridades americanas. Contas ligadas ao grupo no Twitter têm mais de 21 mil seguidores só de língua inglesa, e milhares deles podem ser residentes nos EUA.
Segundo Comey, os extremistas não só incitam os simpatizantes a viajarem ao Iraque e à Síria, mas também a matarem pessoas onde elas estiverem.
“O que mais me preocupa é que o investimento do EI nas mídias sociais -- que aumentou nas últimas seis a oito semanas em particular -- vai provocar um aumento significativo do número de incidentes que vamos ver”, disse o diretor.
Nas últimas oito semanas, o FBI prendeu um número significante de pessoas radicalizadas, informou o diretor sem especificar a quantia. Também sem detalhes, ele já havia apontado anteriormente que várias pessoas que planejavam ataques relacionados com o feriado de 4 de Julho tinham sido detidas.
Em todo o país, o departamento de política possui centenas de inquéritos pendentes sobre supostos extremistas. Além disso, o governo monitora dezenas de americanos, com idades entre 18 e 62 anos, que viajaram à Síria ou ao Iraque para lutar nas fileiras do grupo Estado Islâmico, que proclamaram um califado em parte dos dois países.
Comey também falou sobre o atirador que matou cinco pessoas na base militar de Chattanooga, no Tennesee, na semana passada. O diretor afirmou que ainda era cedo para dizer como ele se radicalizou. Os parentes de Muhammad Youssef Abdulazeez, de 24 anos, disseram que ele tinha um histórico de uso de drogas e depressão.