Consultor político na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2016, Roger Stone foi preso nesta sexta-feira (25) pelo FBI, a polícia federal americana, em sua casa em Fort Lauderdale, na Flórida. Stone é acusado de obstruir procedimentos oficiais, falso testemunho e coação de testemunhas.
A prisão, ordenada por um júri federal do Distrito de Columbia, foi embasada em termo com sete acusações assinado pelo procurador que investiga a interferência russa nas eleições de 2016, Robert Mueller.
O documento aponta que Stone participou oficialmente da campanha presidencial do republicano até agosto de 2015 “e manteve contato regular e apoiou publicamente a campanha de Trump durante a eleição de 2016”.
Stone, 66 anos, é amigo de Trump há mais de 30 anos. Ele tem sido investigado pela procuradoria por ser suspeito de ser a ponte principal entre os russos e a campanha de Trump.
Após a prisão de Stone, Michael Caputo, amigo do consultor, deu entrevista em nome da família à imprensa. Segundo ele, a prisão foi realizada porque os procuradores não conseguem provar a suposta interferência russa, à pedido de Trump, nas eleições de 2016. “Eles não podem provar porque não existe e, por isso, o estão atacando pessoalmente”, afirmou Caputo. Stone deve ser apresentado nesta sexta-feira a um tribunal federal local.
Durante a campanha eleitoral de 2016, Stone elogiou publicamente o WikiLeaks, plataforma ligada aos russos que vazou dados de diversos países e também e-mails hackeados que envergonharam a então candidata democrata à Presidência, Hilary Clinton. Durante a eleição, ele disse estar em contato com Julian Assange, fundador do WikiLeaks, a quem chamou de “meu herói”.
Em julho de 2018, um júri americano indiciou 12 oficiais militares russos acusados de hackear e distribuir e-mails. Depois da eleição, Stone reconheceu ter trocado e-mails com o perfil “Guccifer 2.0”, no Twitter que, segundo investigações dos agentes americanos, era operado por militares russos.
Mesmo assim, Stone nega qualquer relação com a Rússia ou com o Wikileaks. O consultor afirma que nunca teve acesso prévio ao material do Wikileaks. Para ele, em entrevista ao The Washington Post em 2018, a investigação do procurador Mueller estaria fundamentada em informações falsas e motivada por interesses políticos. “Onde está a evidência do envolvimento russo ou da colaboração do Wikileaks?”, perguntou na ocasião.