O presidente do Paraguai, Federico Franco, apelou na terça-feira (18) para que a presidenta Dilma Rousseff "ouça" os brasileiros que vivem em território paraguaio e mude de opinião sobre a suspensão do país do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Franco disse que se Dilma ouvir os "compatriotas" perceberá que a destituição do poder do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho, obedeceu aos preceitos democráticos.
"Faço votos de que a presidenta [Dilma Rousseff] ouça seus compatriotas e vizinhos e possa escutar os cidadãos paraguaios de origem brasileira que vivem aqui e, depois de ouvi-los, entenda que o que ocorreu no Paraguai foi uma mudança de governo como resultado de um [processo de] impeachment legítimo e constitucionalmente aceito", disse ele.
Franco ressaltou ainda que a relação entre paraguaios e brasileiros reflete amor. Mas reiterou que o Paraguai é um país independente, autônomo e livre. "A relação é com o povo brasileiro que nos ama e nos respeita. O Paraguai é um país livre, soberano e que não aceita tutela", disse ele, em Santa Rita, Alto Paraná, no Paraguai.
Na terça, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, destacaram que a suspensão do Paraguai foi definida de forma unânime pelos líderes políticos da região, que observaram o rompimento da ordem democrática no país, a partir do processo de impeachment de Lugo.
Em 29 de junho, as presidentas Dilma Rousseff (Brasil) e Cristina Kirchner (Argentina) e o presidente José Pepe Mujica (Uruguai) aprovaram a suspensão do Paraguai no Marcosul até 21 de abril de 2013 quando haverá eleições presidenciais no país. A medida foi tomada porque os presidentes discordaram da forma como Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho.
Para Dilma, Cristina e Mujica, a ordem democrática foi rompida no Paraguai, uma vez que Lugo foi submetido ao processo de impeachment em menos de 24 horas. Um mês depois, o Mercosul formalizou o ingresso da Venezuela no bloco. A decisão contrariou o Paraguai que, até então, não havia aprovado a incorporação da Venezuela ao grupo nem participou das últimas negociações.
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