Pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, descobriram que as fêmeas dos percevejos podem exalar feromônios com o objetivo de afastar os machos na hora de acasalar. O estudo foi publicado na revista de acesso livre BMC Biology.
O efeito inverso do "afrodisíaco" tem origem no acasalamento invasivo da espécie, que consiste em uma abertura no abdomên da fêmea, pelo qual o macho deposita as células reprodutivas.
Para evitar o trauma, as fêmeas mais jovens de percevejo liberam feromônios que funcionam como bloqueadores de comunicação. As substâncias são aldeídos, compostos similares quimicamente ao álcool.
O comportamento dos percevejos é alvo de estudo de biólogos atualmente por causa do crescimento no número de infestações do inseto em todo o mundo.
Durante o estudo, os pesquisadores suecos, coordenados por Vincent Harraca, bloquearam a sinalização dos percevejos com esmaltes para unha. Logo depois, com a aplicação dos feromônios, o nível de acasalamento diminuiu entre os exemplares estudados.
O aldeído é detectado, segundo os cientistas, por receptores neurais localizados nas antenas dos machos repelidos. O estudo permitiu identificar melhor a comunicação entre percevejos e como feromônios podem ser usados também para afastar espécies, de forma contrária ao modo como predadores usam a técnica, para chamar a atenção das presas.