Montevidéu (AFP) Os furacões que surgem em águas tropicais, ao norte da linha do Equador, também podem ser produzidos no sul, já que dependem de uma série de condições meteorológicas coincidentes, possíveis de aumentar por causa do aquecimento global, indicam meteorologistas. No Hemisfério Sul, perto dos trópicos, há características semelhantes às das áreas de formação ao norte do Equador. A diferença é que, no sul, o ar que esquenta e sobe, criando diferenças de pressão, o faz demasiadamente rápido e o processo de formação do furacão é abortado. "Parece que, sim, há incidência das mudanças climáticas devido ao aquecimento global na intensidade dos ciclones tropicais", disse Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), após uma reunião científica em Montevidéu, no início do mês.
"Existem estudos indicativos, muito preliminares, de que, nessa área (Brasil, Argentina, Uruguai), poderemos ter uma sucessão de ciclones extratropicais, mas isto é algo que ainda está sendo pesquisado", afirmou o brasileiro Divino Moura, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia. Ele pediu "mais atenção aos dados oceânicos" e "mais informações sobre os dados de satélite americanos."
O Cone Sul, sub-região aparentemente livre da passagem de furacões, salvo exceções, sofreu com vários destes fenômenos nos últimos anos. O caso mais recente aconteceu em agosto no Uruguai, onde ventos de até 190km/h atingiram o sul do país, deixando oito mortos e um prejuízo de US$ 40 milhões.
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