Um fenômeno raro, conhecido como "a grande conjunção" de Júpiter e Saturno, poderá ser observado entre 16 e 21 de dezembro. Durante estes dias, os dois planetas estarão alinhados, formando o que parecerá um planeta duplo.
"Do ponto de vista estritamente técnico, não é um fenômeno de grande importância já que a mecânica celeste é uma área bem conhecida e antiga da astronomia. Mas a importância vem da raridade de uma conjunção tão próxima assim", explicou Roberto D. Dias da Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).
Ainda segundo o professor, essa raridade vem do fato de que os planetas giram em torno do Sol com velocidades distintas e com períodos distintos: "a Terra gira em torno do Sol em um ano, claro, Júpiter a cada (aproximadamente) 12 anos e Saturno a cada (aproximadamente) 30 anos. É essa 'dança' que torna as conjunções raras, são poucas as oportunidades em que esses astros ficam alinhados para nós que observamos daqui da Terra", acrescentou.
Os alinhamentos, tecnicamente chamados de conjunções, ocorrem quando dois corpos ficam aparentemente muito próximos um do outro no céu. "Falo 'aparentemente' porque, é claro, as distâncias até nós são bem diferentes, eles estão apenas na mesma linha de visada. Júpiter e Saturno, os dois maiores planetas do sistema solar, são normalmente chamados de 'grandes conjunções'. No caso do alinhamento deste ano, eles ficarão de fato muito próximos um do outro, a distância angular entre eles no céu será equivalente a um quinto do diâmetro da lua cheia, portanto ficarão bem próximos sim", afirmou o professor de Astronomia.
As conjunções entre esses dois planetas ocorrem a cada 20 anos. No entanto, o fenômeno deste ano será verdadeiramente excepcional, pois os planetas ficarão muito próximos um do outro o que não acontece há centenas de anos. Outra conjunção com os planetas próximos ocorreu em 1623, "mas naquela ocasião os dois planetas estavam muito próximos do Sol e provavelmente ninguém observou. A conjunção mais semelhante e observável (já que era visível à noite) ocorreu em 1226, há quase 800 anos", lembrou Costa.
Entre os dias 16 e 21 de dezembro, o alinhamento será visto em todos os pontos da Terra dos quais os planetas são vistos, o que equivale a praticamente todo o planeta, embora as condições de visualização sejam melhores perto da linha do Equador. "De todo o território brasileiro será possível ver", afirmou o professor.
A distância mínima, porém, será no dia 21, que coincidentemente é o dia do solstício de verão, que marca o início da estação. "Mas nas noites imediatamente antes e depois dessa data, eles também estarão próximos", adiantou.
Para quem quiser observar o fenômeno, "basta olhar na direção do pôr do sol no início da noite do dia 21 e observar os dois pontos brilhantes muito próximos um do outro. Nas noites imediatamente antes e depois dessa data eles ainda estarão bem próximos. Como é um fenômeno lento, provavelmente veremos muitas fotos circulando nas redes sociais", disse Costa.
Outra conjunção similar ocorrerá em 2080, daqui a 60 anos.
O que Bolsonaro e a direita podem aprender com a vitória de Trump nos EUA
Perda de contato com a classe trabalhadora arruína democratas e acende alerta para petistas
O aumento dos juros e a chiadeira da esquerda; ouça o podcast
BC dá “puxão de orelha” no governo Lula e cobra compromisso com ajuste fiscal
Deixe sua opinião