Caracas - A menos de duas semanas do referendo sobre a reeleição indefinida, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, celebrou os seus dez anos no poder com um feriado e a visita de seus aliados da região, entre os quais o boliviano Evo Morales.
"Isto é muito mais do que um governo, é um processo coletivo, uma revolução. Uma revolução iniciada há dez anos, num dia como hoje, quando começou a se fazer governo'', disse Chávez, durante reunião de cúpula da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).
Antes, Chávez e os demais mandatários e representantes de governo participaram de uma cerimônia no Panteão Nacional, dentro de Caracas. De luvas brancas, seguraram a espada do líder da independência Simón Bolívar antes que o presidente venezuelano a depositasse ao lado de seu túmulo.
No final da tarde, Chávez encabeçaria um comício na região central de Caracas, prejudicado por uma forte chuva que caiu na capital venezuelana durante grande parte do dia.
O feriado pegou parte do país de surpresa. Muitas lojas e escolas abriram pela manhã, mas fecharam as portas a seguir.
Entidades empresariais criticaram a medida, acusando o governo de forçar o fechamento de comércio por meio do uso da Guarda Nacional (GN). "Até farmácias foram fechadas pela Guarda Nacional, quando se trata de um serviço público'', disse o presidente da Fedecámaras, José Manuel González, entidade formada por empresários contrários a Chávez. Para ele, a medida é fruto de um "capricho''. Em nota, o governo negou que tenha ordenado o fechamento de lojas e acusou a oposição de buscar o "desprestígio'' da GN.
O feriado foi anunciado pelo vice-presidente Ramón Carrizalez no sábado à noite, durante a transmissão, via TVs estatais, de uma partida de softbol entre funcionários do governo, incluindo Chávez, e a seleção nacional feminina.
Em 12 dias, o país vai às urnas decidir sobre uma emenda constitucional que permite a reeleição presidencial sem limite de mandato. Pesquisa recente do instituto Datanálisis mostra empate técnico, com uma ligeira vantagem ao "sim'', impulsionado por Chávez.
Ele já é o presidente há mais tempo no poder na América Latina. Pela atual Constituição, deixará o poder em janeiro de 2013, após 14 anos no posto.
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