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Um número pequeno de políticos italianos interrompeu suas férias para ajudar na formatação de um pacote de austeridade multibilionário, fato que causou indignação entre a mídia e o público. O governo diz que as medidas são vitais para resolver a crise da dívida.

Jornais publicaram fotos do Senado quase vazio. Na noite de quarta-feira somente 11 dos 315 senadores apareceram para o encaminhamento formal do pacote de 45,5 bilhões de euros (65 bilhões de dólares) aos comitês que farão a avaliação prévia.

Embora a presença deles não fosse estritamente necessária, a ironia de um Senado deserto não foi ignorada pelos críticos.

"Apesar de eles estarem decretando sangue e lágrimas para os italianos, nem mesmo tiveram a coragem de mostrar as caras", disse um blogueiro citado nesta quinta-feira pelo jornal Il Messaggero.

O conservador Il Giornale, cujas críticas são mais pungentes pelo fato de ser propriedade da família do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, assinalou: "Isto claramente não é um quadro agradável da classe política deste país".

Um misto de aumento de impostos e corte de gastos foi anunciado na semana passada para atender às exigências do Banco Central Europeu de medidas para melhorar a difícil situação das finanças públicas da Itália.

Essas propostas forçarão os italianos a pagar tributos mais elevados, gastar mais com saúde e retardar a aposentadoria.

Quando os cortes foram anunciados, comentaristas e blogueiros exigiram que os políticos também tivessem perdas, e para isso renunciassem a regalias. Somente 0,016 por cento dos cortes afetarão a classe política.

A Itália tem a segunda maior dívida pública na zona do euro, equivalente a 120 por cento do PIB, mas até recentemente contornou a crise graças a um déficit orçamentário relativamente modesto e a um sistema financeiro de modo geral conservador.

No entanto, as dúvidas sobre seu crescimento e a dividida coalizão governista de centro-direita provocaram no mês passado uma forte reviravolta na percepção do mercado sobre o país.

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