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O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández (2019-2023) pediu licença da presidência do Partido Justicialista após denúncias de desvios na Previdência durante seu mandato.
Segundo comunicado da legenda peronista, no congresso do partido, que será realizado no próximo dia 22, será formada uma comissão de ação política, com o objetivo de convocar eleições para a nova direção do partido até o fim do ano.
Fernández foi alvo de duas denúncias do Ministério Público Federal da Argentina nos últimos dias por indícios de um suposto esquema de desvios de recursos públicos na Administração Nacional da Seguridade Social (Anses), órgão previdenciário do país.
Investigações preliminares e uma reportagem do Clarín apontaram irregularidades geradas a partir de um decreto presidencial de 2021 que impôs ao setor público a obrigação de contratar seguros para empréstimos a aposentados e pensionistas exclusivamente com a estatal Nación Seguros.
As denúncias indicaram que, para esses contratos, a Nación Seguros subcontratou intermediários que recebiam comissões de 17%, taxa três vezes superior às de mercado, e cujos ganhos chegaram a 20 bilhões de pesos argentinos por ano (R$ 120 milhões em valores atuais).
Fernández e outros denunciados foram acusados de desvio de recursos públicos, violação dos deveres de funcionário público, abuso de autoridade, associação ilícita e fraude contra o Estado.