O ex-presidente argentino Alberto Fernández apontou ilegalidade na divulgação de vídeos de uma conta particular que estavam no celular do seu filho| Foto: EFE/Gustavo Amador
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O ex-presidente argentino Alberto Fernández (2019-2023) apresentou nesta quarta-feira (21) uma denúncia criminal contra a ex-esposa Fabiola Yáñez por “violação de sigilo”, após a divulgação de vídeos íntimos do político que foram publicados pela imprensa devido à denúncia da ex-primeira-dama por violência doméstica, informou a imprensa local.

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A queixa foi apresentada aos tribunais federais em Comodoro Py e acusa Yáñez dos crimes de violação de sigilo e acesso ilegítimo à nuvem do Google, de acordo com o texto, que foi acessado por vários portais argentinos.

Fernández disse que os vídeos estavam em um telefone que ele possuía e que havia dado ao filho de dois anos que tem com Yáñez.

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“Fabiola é a única pessoa que teve acesso às informações que foram divulgadas”, diz a denúncia, que argumenta que sua divulgação foi ilegal porque foram retirados de uma conta particular do ex-presidente.

A própria Yáñez disse durante uma entrevista na televisão este mês que havia encontrado fotos e vídeos particulares de seu ex-companheiro no celular do filho.

“O fato de meu filho ter o telefone celular não permite que a sra. Yáñez extraia informações privadas sobre mim e sobre terceiros fora do processo”, alega o texto.

Os arquivos em questão são vídeos supostamente filmados por Fernández, nos quais se escuta ele conversando em tom íntimo com a apresentadora de rádio e televisão Tamara Pettinato na Casa Rosada.

“O fato que estou aqui para denunciar é a divulgação de alguns vídeos em que me encontro com Tamara Pettinato, uma pessoa que conheço há muitos anos, sei de sua integridade e ela só almoçou comigo depois de uma entrevista que fez comigo nos termos cordiais e bem humorados do vínculo de confiança que nos une”, declarou Fernández sobre os vídeos, nos quais a apresentadora é ouvida dizendo “eu te amo” para o então presidente.

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Os vídeos foram transmitidos por canais de televisão e portais de notícias argentinos e geraram grande comoção na sociedade, no contexto da denúncia de violência de gênero apresentada por Yáñez.

Fernández disse que foi vítima de uma “campanha de difamação” por meio de uma “ação direcionada” para “violar” sua privacidade e a de terceiros por meio da “divulgação descontextualizada a conta-gotas de informações privadas roubadas e ilegalmente divulgadas”, e pediu aos tribunais que ordenassem a cessação da divulgação ou reprodução do material retirado de seu telefone celular.

O ex-presidente foi acusado na semana passada pelo crime de lesões graves duplamente agravadas pelo vínculo e por ter ocorrido em um contexto de violência de gênero e ameaças coercitivas em detrimento de sua ex-esposa.

Na quinta-feira (22), o promotor Ramiro González ouvirá os primeiros testemunhos.

Em sua acusação, González afirmou que Yáñez “sofreu uma relação marcada por assédio, assédio psicológico e agressão física em um contexto de violência de gênero e doméstica”, baseada “em uma relação de poder assimétrica e desigual que se desenvolveu ao longo do tempo, que foi exponencialmente aumentada pela eleição de Fernández como presidente”, em 2019, e “o exercício do cargo”, até dezembro do ano passado.

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