O presidente da Argentina, Alberto Fernández, deve definir em maio se vai tentar a reeleição nas eleições de outubro deste ano. Segundo reportagem do Clarín, Fernández deseja que a coalizão entre partidos de esquerda Frente de Todos possa apresentar outros possíveis nomes para concorrer ao pleito.
Aliados de Fernández apontam que diferente de outras candidaturas, o presidente não necessita realizar campanha prévia e bastaria apenas um pronunciamento até um mês antes do fechamento do prazo eleitoral.
Essa decisão de Fernández está apoiada na expectativa da melhora econômica do país, em especial na queda da inflação. O ministro da Economia, Sergio Massa, declarou que no mês de abril o índice do INDEC (Instituto de Estatística e Censos da Argentina, em espanhol) deve ficar abaixo dos 4%. Como comparação, o indicativo fechou na casa dos 5,1% em dezembro de 2022.
Mas o ministro é apontado como um possível adversário de Fernández dentro da Frente de Todos. Massa negou publicamente em diversas vezes que irá se candidatar, apontando que “não se pode ser ministro e candidato ao mesmo tempo”.
Para Fernández, não seria problema outras lideranças da Frente de Todos apresentarem candidatura para eleição, desde que se descompatibilizem de eventuais cargos públicos. O atual presidente, inclusive, incentiva esse debate dentro da esquerda argentina.
Dessa forma a PASO - primária eleitoral realizada antes das eleições para definir os candidatos na disputa, deve contar com mais candidatos da Frente de Todos. Vale ressaltar que apenas os postulantes que atingirem ao menos 1,5% dos votos totais podem concorrer ao pleito.
Ao mesmo tempo que acena para uma disputa democrática entre essas lideranças, o presidente enfrenta problemas dentro da base aliada, em especial com a vice-presidente Cristina Kirchner. Mesmo sem críticas públicas da ex-presidente, aliados da vice como o deputado Andrés "Cuervo" Larroque e o ministro do Interior Eduardo "Wado" De Pedro têm atacado o atual chefe do executivo nas últimas semanas, o que coloca em xeque uma nova coalizão entre Fernández e Kirchner.
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