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O presidente cubano, Fidel Castro, está relaxando pela primeira vez na vida e, livre da sua exaustiva carga de trabalho, vai se recuperando da recente cirurgia intestinal, disse Rámon, um de seus irmãos, nesta terça-feira.

Pela primeira vez em 47 anos, Fidel transferiu temporariamente o poder a seu irmão mais novo, Raúl, no dia 31 de julho. As autoridades disseram que o dirigente, que completou 80 anos neste mês, sofreu uma hemorragia devido ao excesso de atividades.

- Ele está melhor. O problema foi rapidamente resolvido - disse Ramón Castro à Reuters. - Ele está relaxado, descansando.

Ao contrário dos irmãos mais novos, Ramón continuou sendo agricultor e não entrou para a política. Ele afirmou que Fidel está aproveitando o tempo ocioso.

- Ele está contente porque está livre. Pela primeira vez na vida, ele transferiu o trabalho para Raúl - disse Ramón.

O estado de saúde de Fidel é tratado como segredo de Estado na ilha. Houve rumores de que ele estaria morto, até que, no fim-de-semana do seu 80º aniversário, em 13 de agosto, o governo divulgou fotos do legendário revolucionário na cama, mas consciente, conversando amistosamente com seu aliado Hugo Chávez, presidente da Venezuela.

Em suas primeiras declarações públicas, na sexta-feira, Raúl disse que o país está absolutamente calmo, mas que as Forças Armadas foram mobilizadas nas horas imediatamente após a transferência, por causa de uma suposta ameaça de invasão norte-americana.

Observadores dizem que a transição foi tranqüila, mas que não há certeza de que Fidel vai reassumir o cargo.

Questionado sobre a participação do irmão na cúpula do Movimento Não-Alinhado, que acontece de 11 a 16 de setembro em Cuba, Ramón, 81 anos, disse que o irmão "se sentia como um leão".

Ramón falou à Reuters após almoço com o pecuarista John Parke Wright IV, da Flórida, que no ano passado se aproveitou de uma brecha no embargo americano para exportar gado para a ilha.

A família do pecuarista costumava vender reses para Cuba de 1850 até a instituição do embargo comercial, no começo da década de 1960. Ele afirmou que as relações entre agricultores dos EUA e Cuba "estão ótimas," mas melhorariam com o fim do embargo como um todo.

Raúl, 75 anos, disse na sexta-feira que Cuba está preparada para discutir a melhoria das relações com os EUA caso Washington aceite não interferir na ilha.

O governo Bush recentemente ampliou o embargo comercial e criou um plano para incentivar Cuba a adotar a democracia multipartidária no cenário pós-Fidel.

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